O mandado de detenção para deter e interrogar Yoon (que ignorou três intimações para depor), emitido a 31 de dezembro por um tribunal de Seul, expira à meia-noite de hoje (15:00 em Lisboa).
"Planeamos solicitar uma prorrogação hoje, o que exige a declaração dos motivos para exceder o prazo padrão de sete dias", disse o vice-diretor do Gabinete de Investigação de Corrupção entre Altos Funcionários Públicos (CIO, na sigla em inglês) sul-coreana.
Numa conferência de imprensa, Lee Jae-seung disse ainda que a agência pediu à polícia, por carta, que se encarregue da execução do mandado de detenção de Yoon.
O CIO pediu à polícia que se encarregasse da detenção "dada a sua experiência na execução de mandados de detenção", acrescentou Lee.
Isto três dias depois do Serviço de Segurança Presidencial ter impedido agentes do CIO, acompanhados por dezenas de agentes da polícia, de entrarem na residência para o deterem, após um confrontos que duraram horas.
Um representante da polícia disse à agência de notícias pública sul-coreana Yonhap que a polícia está a avaliar internamente a viabilidade jurídica do pedido do CIO.
No domingo, o mesmo tribunal que emitiu o mandado rejeitou um pedido de anulação apresentado pelos advogados de Yoon, que argumentaram que apenas o Ministério Público, e não o CIO, pode solicitar a detenção por insurreição.
Yoon foi acusado de insurreição por ter tentado impor a lei marcial no início de dezembro, revogada seis horas depois pelo parlamento, que aprovou a destituição do presidente em 14 de dezembro.
A crise política que desde então assola o país registou um novo episódio na sexta-feira, quando a polícia foi impedida pelos seguranças de Yoon de capturar o antigo presidente.
Se Yoon tivesse sido levado pelos investigadores, seria a primeira detenção de um chefe de Estado em exercício na história da Coreia do Sul.
O antigo procurador de 64 anos continua a ser oficialmente presidente até que o Tribunal Constitucional confirme ou anule a destituição.
Suspenso de funções e confinado ao domicílio, Yoon é acusado de ter abalado a jovem democracia sul-coreana na noite de 03 para 04 de dezembro, ao proclamar de surpresa a lei marcial, um golpe de força que reavivou as memórias dolorosas da ditadura militar.
Num parlamento rodeado de soldados, um número suficiente de deputados conseguiu reunir-se para votar uma moção que exigia o levantamento do estado de emergência.
Pressionado pela Assembleia Nacional, por milhares de manifestantes e limitado pela Constituição, Yoon viu-se obrigado a revogar a lei marcial poucas horas depois de a ter declarado.
Yoon é alvo de várias investigações, incluindo uma por insurreição, um crime punível com a pena de morte.
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