![Autoridade Palestiniana firma acordo com ONU para limpar e construir abrigos em Gaza](/assets/img/blank.png)
O memorando, o primeiro deste género desde o início das tréguas entre Israel e o Hamas, no passado dia 19 de janeiro, foi assinado pela Autoridade Palestiniana, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e pela organização árabe, no gabinete do primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Mustafa, em Ramallah, na Cisjordânia ocupada.
As partes acordaram um investimento de 80 milhões de dólares (cerca de 77,5 milhões de euros) numa primeira fase e que será executado sob a supervisão do Ministério das Obras Públicas e da Habitação e da Autoridade de Financiamento Árabe-Islâmica.
Mohammad Mustafa destacou que "o governo palestiniano lançou um programa de seis meses para fazer face à situação no terreno, juntamente com um plano de três anos para passar da ajuda de emergência, da recuperação e da revitalização económica para a reconstrução em grande escala nos próximos dez anos, no âmbito de um programa coordenado com o Banco Mundial, a União Europeia e a ONU".
"Este programa faz parte do nosso plano global e é significativo porque marca a primeira intervenção em grande escala lançada para implementar diretamente uma série de intervenções importantes relacionadas com a continuação da vida e a restauração da vitalidade em Gaza, particularmente em termos de alojamento temporário, remoção de escombros e restauração de serviços básicos", acrescentou o governante.
Segundo a agência noticiosa palestiniana WAFA, este programa "inclui um compromisso de 80 milhões de dólares para financiar múltiplos programas vitais que serão implementados".
"Estamos a tomar medidas reais e práticas no terreno desde o primeiro dia, apoiados pelos nossos irmãos árabes e pelos nossos colegas da ONU", afirmou Mustafa, manifestando o desejo de ver os esforços traduzirem-se em "resultados tangíveis no terreno".
O governante garantiu que a população palestiniana "quer viver na sua terra, permanecer na sua terra, acabar com a ocupação e realizar o Estado independente da Palestina".
"Apelamos ao mundo para que apoie o nosso povo nesta missão", referiu, numa aparente referência aos planos apresentados pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, para expulsar à força uma grande parte da população de Gaza.
Trump propôs que mais de 1,5 milhões de palestinianos fossem transferidos à força para o Egito e a Jordânia e chegou a dizer que Washington poderia assumir o controlo do enclave, algo rejeitado liminarmente pela Autoridade Palestiniana, pelo Hamas e pelos países da região, que avaliaram o plano como uma eventual limpeza étnica.
Quinze meses de guerra entre o Hamas e Israel na Faixa de Gaza provocaram mais de 47.000 mortos e um elevado nível de destruição de infraestruturas no território controlado pelo grupo extremista palestiniano desde 2007.
A ofensiva israelita foi desencadeada por um ataque do Hamas contra Israel, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e o rapto de 250 pessoas que foram levadas como reféns para a Faixa de Gaza.
Os combates cessaram em 19 de janeiro, na véspera da posse de Trump como Presidente dos Estados Unidos, no âmbito de um acordo de cessar-fogo negociado por vários mediadores, incluindo o Qatar e o Egito.
PL // SCA
Lusa/Fim
Comentários