"Conforme permitido pela lei eleitoral, vamos contratar uma empresa para fazer a auditoria", disse Bolsonaro, durante uma transmissão ao vivo nas suas redes sociais, na noite de quinta-feira.

"As pessoas querem eleições transparentes em que o voto seja efetivamente contado para o seu candidato", acrescentou, retomando ataques ao sistema eletrónico de votação eleitoral brasileiro usado desde 1996 e sem nenhum caso de falha registado.

O Presidente brasileiro, que está atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas sondagens eleitorais, questiona há meses a fiabilidade do sistema de votação, embora nunca tenha fornecido nenhuma prova de fraude.

Críticos e analistas tem verbalizado a preocupação de que Bolsonaro esteja a preparar as bases para contestar os resultados das eleições de outubro caso perca, incentivando ações como o ataque ao Capitólio após a derrota do ex-presidente Donald Trump nas eleições norte-americanas, no ano passado.

O Presidente brasileiro também disse na sua transmissão que as Forças Armadas deram nove sugestões ao tribunal eleitoral do Brasil para melhorar o sistema, mas ainda não receberam nenhuma resposta.

"Inicialmente eles [as Forças Armadas] levantaram centenas de vulnerabilidades para passar isso com um pente fino. Já faz muito tempo (...) Se as urnas eletrónicas são inexpugnáveis, por que eles [o Tribunal Superior Eleitoral] estão preocupados" questionou o Presidente.

"O chefe do tribunal eleitoral deve agradecer, tomar as medidas necessárias, discutir com a equipa das Forças Armadas para que as eleições sejam realizadas sem qualquer suspeita", acrescentou.

Bolsonaro também disse que as Forças Armadas "não desempenharão o papel de apenas carimbar o processo eleitoral, ou participar como espetadores", embora a Constituição e as leis eleitorais do país não prevejam atuação de militares nas eleições.

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