"Neste momento, sobretudo na industria agroalimentar, contabilizamos prejuízos que não são recuperáveis", disse à Lusa o presidente da CIP, Armindo Monteiro, precisando que a estimativa dos prejuízos (15 milhões de euros) foi feita tendo em conta um dia normal de trabalho e o tempo da falha de energia, sendo este valor uma média que tem algumas falhas na sua aferição.

Armindo Monteiro especificou ainda que em causa estão, por exemplo, produtos lácteos ou outros que servem para incorporar em produtos e que num apagão com a dimensão e duração do registado na segunda-feira são impossíveis de recuperar.

Sobre a resposta às empresas afetadas, e ressalvando que algumas situações estarão cobertas pelos seguros, Armindo Monteiro sublinha que os esforços e recursos públicos devem centrar-se sobretudo na prevenção.

"Devíamos investir as nossas energias e disponibilidades financeiras na prevenção. É preferível investir para evitar novas situações destas do que acorrer a esta situação", afirmou o presidente da CIP, lembrando que cada vez mais muitos sistemas estão dependentes de poucos sistemas.

Já o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes (que tal como Armindo Monteiro falou à margem da 2.ª edição da conferência anual do trabalho, promovida pelo jornal digital Eco), afirmou ser "extremamente difícil" de calcular um valor de prejuízos.

"Sabemos que há prejuízos [mas] não temos nenhuma queixa que quantifique", afirmou João Vieira Lopes, referindo que estes ocorreram sobretudo na área alimentar, devido ao corte da cadeia de frio.

Sem reclamar quaisquer apoios públicos de resposta, João Vieira Lopes referiu, contudo, que, sendo disponibilizado algum fundo comunitário, o Governo deveria criar uma medida que compensasse prejuízos a quem os comprovasse.

Um corte generalizado no abastecimento elétrico afetou na segunda-feira, desde as 11:30, Portugal e Espanha, continuando sem ter explicação por parte das autoridades.

Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do apagão.

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