
“Houve uma falta de orientação e de informação. Foi um pouco cada serviço de Proteção Civil por si e, mais uma vez, nos momentos críticos foram os autarcas que deram as respostas às suas comunidades”, afirmou Luísa Salgueiro (PS) à Lusa, depois de questionada sobre a gestão do apagão por parte do Governo de Luís Montenegro.
A autarca, que também preside à Câmara Municipal de Matosinhos, no distrito do Porto, referiu que foram as comissões municipais de Proteção Civil a coordenar a situação e a fornecer combustível, água e comunicações.
E acrescentou: “Ficamos cada um a tratar da resposta à sua comunidade. Foi o que se sentiu mais uma vez”.
Apesar de entender que houve dificuldades de comunicação “inesperadas e difíceis de gerir”, a socialista considerou que faltou uma estratégia global, tendo a atuação de cada município sido “por impulso de cada um”.
“O que nós sentimos é que, nos momentos críticos, precisamos de estar mais orientados e com uma estratégia global, o que não aconteceu. Não houve nenhuma comunicação do ponto de vista político”, apontou.
Luísa Salgueiro ressalvou que os presidentes de câmaras são “as autoridades máximas locais de Proteção Civil”, fazendo por isso sentido que houvesse uma qualquer orientação e partilha por parte do Governo.
“O senhor primeiro-ministro é o responsável máximo da Proteção Civil no país e nós [autarcas] somos os responsáveis máximos da Proteção Civil a nível local e nunca houve nenhuma articulação entre nós, algo que devia ter acontecido”, insistiu.
Um corte generalizado no abastecimento elétrico afetou na segunda-feira, durante cerca de 10 a 11 horas, Portugal e Espanha, continuando sem ter explicação por parte das autoridades.
Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do apagão.
O operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes garantiu na manhã de terça-feira que o serviço estava totalmente reposto e normalizado.
Na noite de segunda-feira, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, admitiu que o mais difícil de gerir no apagão foi o abastecimento de energia aos hospitais, mas assegurou que não se registou “nenhuma situação limite”.
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