
"Não estou certo de que haja apoio humanitário suficiente a ser dado" à Ucrânia, lamentou hoje, durante o debate "A Ucrânia e a Crise Humanitária: Um Ano em Guerra", organizado pelo centro de estudos britânico Henry Jackson Society.
O político conservador fazia parte do Governo de John Major quando a ONU aprovou em 1992 o envio de unidades militares para escoltar comboios humanitários naquele território durante o conflito com a Sérvia, no âmbito da Força de Proteção das Nações Unidas.
Os 'capacetes azuis', recordou, facilitaram o fornecimento de "alimentos vitais, material médico e outra assistência às comunidades civis" e referiu estimativas de que cerca de 100.000 vidas bósnias terão sido salvas graças àquela operação.
Desta vez "não pode ser uma iniciativa organizada pela ONU porque a Rússia vetaria [no Conselho de Segurança]", admitiu.
Todavia, aquela iniciativa, sublinhou, é "um exemplo onde a imaginação pode encontrar outras formas de assegurar que a ajuda civil, a ajuda humanitária, as provisões médicas sejam fornecidas, e não apenas armas".
Rifkind, que mais tarde foi ministro dos Negócios Estrangeiros, também declarou ser "insensato" acusar formalmente o Presidente russo, Vladimir Putin, de crimes de guerra devido ao risco de prejudicar potenciais negociações de paz.
"É quase certo que foram e estão a ser cometidos crimes de guerra e, por vezes, na escala mais grotesca", reconheceu, e aceitou que "os argumentos éticos, os argumentos morais, são esmagadoramente a favor" de uma acusação.
Porém, Rifkind disse que porque "do ponto de vista russo, o facto de a atual liderança poder enfrentar acusações de crimes de guerra em Haia, poderá ser uma barreira adicional a ultrapassar se alguma vez houver a perspectiva de uma solução negociada".
"Sim, devemos levantar as questões dos crimes de guerra. Mas seria insensato, nesta fase, iniciar acusações formais contra a liderança russa", concluiu.
BM // JH
Lusa/fim
Comentários