A redução aprofunda a tendência já registada no ano passado, já que no primeiro trimestre de 2024, o número de travessias irregulares para a Europa foi 12% inferior ao registado no período homólogo de 2023.

De acordo com a mesma fonte, entraram, até ao momento, 33.600 migrantes sem os documentos necessários, verificando-se uma mudança significativa nos fluxos migratórios para a União Europeia (UE) no primeiro trimestre de 2025.

Os dados compilados pela agência sediada em Varsóvia indicam que este declínio aconteceu em todas as principais rotas migratórias para a UE, mas a maior quebra foi registada na rota dos Balcãs Ocidentais, onde as entradas diminuiram 64% no primeiro trimestre do ano, face ao mesmo trimestre do ano passado.

Em contraste, a queda foi menor na Fronteira Terrestre Oriental, que separa a UE da Ucrânia e da Bielorrússia, onde o decréscimo foi de apenas 8%.

As rotas do Mediterrâneo Oriental e da África Ocidental (esta última inclui as Canárias) destacam-se como as mais ativas até ao momento.

O Mediterrâneo Oriental (que descreve a rota de quem vem do Médio Oriente, nomeadamente da Síria, e entra na Europa pela Grécia, Chipre e Bulgária) registou 9.630 chegadas irregulares entre janeiro e março, uma quebra de 29% relativamente ao ano passado, sendo as principais nacionalidades detetadas a afegã, a egípcia e a sudanesa.

A rota da África Ocidental (a dos que partem de países como Marrocos, Senegal, Gâmbia, Mauritânia e Sara Ocidental e se dirigem às Canárias) veio logo atrás, com 9.200 chegadas no período em análise, o que representa uma queda de 30% face ao primeiro trimestre de 2024.

Os principais países de origem desta rota foram o Mali, o Senegal e a Guiné.

O Mediterrâneo Central (que sai sobretudo da Líbia com destino a Malta e principalmente a Itália) registou 8.500 travessias irregulares em 2025, uma redução de 26% em relação ao mesmo período do ano passado.

Segundo a Frontex, as más condições meteorológicas estão entre os fatores que contribuíram para o declínio desta rota, tendo as principais nacionalidades detetadas sido bengaleses, paquistaneses e sírios.

Em relação à rota do Canal da Mancha (que descreve a passagem de França para o Reino Unido), o número de migrantes que tentaram atravessar diminuiu 4% em relação ao ano passado, sendo o número de casos ligeiramente superior a 11.200.

As principais nacionalidades detetadas nesta rota foram a eritreia, a afegã e a síria.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) estima que 385 pessoas tenham perdido a vida no mar só nos primeiros três meses de 2025, enquanto tentavam chegar irregularmente à costa europeia, sendo que no total do ano passado foram perdidas 2.300 vidas.

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