"Sempre nos assumimos contra este regime podre e corrupto. Queremos um novo sistema para perpetuar Portugal, garantir o seu futuro, a sua identidade e o seu orgulho nacional" disse o presidente do partido, José Pinto Coelho, considerando que a solução passa por "substituir a Constituição" e retirar de cena política os atuais protagonistas.

Em entrevista à agência Lusa, José Pinto Coelho defendeu a necessidade de "estabelecer o 'jus sangunius' [direito de sangue]", porque a nacionalidade "herda-se e não é dada por decreto", e tornar a imigração "mais restritiva", de forma que "só entre quem interessa, quem seja mais-valia e partilhe a matriz cultural do país".

O Ergue-te, nome adotado pelo Partido Nacional Renovador (PNR) em julho de 2020 para "refrescar a imagem", propõe-se apoiar a "natalidade de portugueses", e combater o que consideram ser "as agendas de morte que têm vindo a ganhar terreno, como a eutanásia, o aborto, e montes de políticas que têm a ver com o LGBT".

A todas as propostas "de cunho vincadamente nacionalista", o Ergue-te junta, de acordo com o seu líder, "medidas de combate às injustiças sociais, mexidas no código laboral e na fiscalidade", e promete "perseguir os corruptos e a maçonaria, que está por trás dos grandes cancros nacionais".

José Pinto Coelho considerou que o país vive uma crise criada pelo próprio regime, referindo que "todos os partidos do chamado PUAR, Partido Único da Assembleia da República, são responsáveis pelo que se está a passar", pois, "com mais ou menos diferenças, todos alinham pelo mesmo diapasão".

O partido, uma das 21 forças políticas que concorrem às legislativas de 30 de janeiro, vê a pandemia de covid-19 como "uma fraude" que "está é a destruir toda uma nação", e quer revogar todas as medidas restritivas que têm vindo a ser impostas desde março de 2020.

"Connosco todas as medidas restritivas e obrigações são eliminadas na hora e passam a recomendações de cumprimento livre", afirmou José Pinto Coelho, deixando uma garantia: "Se for eleito, nunca me verão de máscara naquele hemiciclo".

O líder do Ergue-te assumiu que a perda de cerca de 10.000 votos das legislativas de 2015 para as de 2019, nas quais obteve 17.126 (0,33%), foi um "grande desaire", que está diretamente ligado ao surgimento do Chega, liderado por André Ventura, que classificou como "um autêntico vendedor de banha da cobra, que diz aquilo que lhe convém para captar votos".

José Pinto Coelho afirmou que em termos de resultados no dia 30 de janeiro "pode haver um milagre, ou mais uma pancada", considerando que os partidos sem representação parlamentar "têm a vida dificultada", porque quase ninguém os conhece.

Dizendo que tem na ideologia a mais-valia do partido, em contraponto com os restantes, que definiu como "sacos de gatos", o líder do Ergue-te, um partido anti-União Europeia, admitiu que a conquista de votos pode vir da abstenção "que continua a crescer" e "não se deixa convencer pelos partidos do chamado PUAR".

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