Mateus Magala deu um panorama sobre as duas companhias na sessão de respostas do Governo às perguntas dos deputados da Assembleia da República.

"A situação da LAM é preocupante, sem uma intervenção adequada, a LAM pode estar à beira do colapso", afirmou Magala, citando um relatório internacional pedido pelo executivo e que, se não houver medidas, diz que só há três vias: liquidação, falência controlada ou privatização.

O ministro explicou que para evitar o "colapso" o Governo recorreu à empresa sul-africana Fly Modern Arc para uma gestão conjunta (anunciada em 18 de abril) que estabilize a transportadora moçambicana.

O mandato da Fly Modern Arc é transitório e deverá criar as condições para uma próxima etapa, que será a recuperação e crescimento da companhia, sublinhou.

Só em 2022, a empresa registou perdas no valor de cerca de 75 milhões de dólares (68 milhões de euros) e apresentou um rácio de endividamento em relação ao capital próprio bastante elevado, acrescentou.

"A dívida não restruturada [da LAM] manterá a companhia a perder cada vez mais", enfatizou o ministro.

Mateus Magala notou que a empresa tem uma política de preços "elitista", por serem elevados, tornando-a pouco atrativa e aquém do estatuto de companhia de bandeira.

Assinalou que nenhuma transportadora aérea de reputação internacional aceitou uma parceria para a recuperação da companhia de bandeira moçambicana, dada a deterioração dos seus indicadores financeiros e operacionais.

Em relação à Tmcel, o ministro dos Transportes e Comunicações também alertou para o risco de "colapso", devido à degradação da sua operação.

A firma "perdeu capacidade de honrar os seus compromissos, incluindo o não pagamento de salários aos seus muitos trabalhadores e tem uma dívida global acumulada de mais de 400 milhões de dólares (365 milhões de euros), com tendência a agravar-se", declarou Mateus Magala.

A Tmcel está a perder progressivamente quota de mercado e o seu equipamento está ultrapassado, em comparação com a concorrência, enfatizou.

O ministro moçambicano avançou que um estudo aconselhou a venda de mais de 80% dos ativos da Tmcel, redução de mão-de-obra e assunção da dívida pelo Estado, visando atrair um parceiro estratégico que ajude na recuperação da companhia.

PMA // LFS

Lusa/Fim