
"É essencial que esses ataques cessem e que Israel respeite a soberania, a unidade, a integridade territorial e a independência da Síria", frisou o porta-voz, Stéphane Dujarric, também expressando preocupação com a violência sectária.
Aviões de guerra israelitas atacaram uma área perto do palácio presidencial, na manhã de hoje em Damasco, segundo as Forças de Defesa de Israel.
A comunicação social síria indicou que o bombardeamento israelita sem precedentes não causou vítimas e atingiu uma área vazia perto das instalações presidenciais.
O ataque foi confirmado pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e pelo ministro da Defesa, Israel Katz, que descreveram esta operação como "uma mensagem clara ao regime sírio", no sentido de que não permitiriam ameaças à comunidade drusa.
A presidência síria condenou o ataque israelita e alertou para uma "escalada perigosa" da tensão com o país vizinho.
Em comunicado, a presidência síria tratou o ataque da aviação israelita como uma ação desmesurada que procura "desestabilizar o país".
Acusou ainda Israel de atingir "a segurança nacional e a unidade do povo sírio" e pediu à comunidade internacional e aos países árabes para apoiarem Damasco face "a estes ataques hostis que violam o direito internacional".
"A Síria nunca negociará a sua soberania ou segurança e defenderá os direitos do seu povo com todos os meios disponíveis", indicou a nova liderança de Damasco no mesmo comunicado, sublinhando que o processo de reformas "nunca irá parar, independentemente dos desafios" após a queda do regime do ex-presidente Bashar al-Assad, em dezembro de 2024.
Desde a queda do regime de Damasco, as forças israelitas atacaram centenas de vezes o território sírio e atravessaram a zona desmilitarizada no sul do país.
Nesta região, residem cerca de 24 mil membros da minoria drusa, juntamente com perto de 30 mil israelitas.
A nova vaga de violência reacendeu o espetro de confrontos sectários, após os massacres em março que tiveram como alvo a minoria muçulmana alauita, um ramo dos xiitas a que pertence Al-Assad, derrubado por uma coligação de rebeldes islamitas sunitas, agora no poder.
Estes confrontos resultaram na morte de mais de 1.700 pessoas, na maioria alauitas civis.
MYMM (HB) // SCA
Lusa/Fim
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