Num comunicado divulgado na quarta-feira, o conselho presidencial disse que o novo órgão será ""responsável por definir e supervisionar as disposições relativas à assistência à segurança internacional", missão que deverá ser liderada pelo Quénia.
O Conselho de Segurança Nacional irá contar com a participação de especialistas haitianos, profissionais do país residentes no estrangeiro e outras personalidades, e irá trabalhar em conjunto com especialistas internacionais, referiu o comunicado.
O conselho presidencial reafirmou o compromisso de trabalhar com todos os parceiros internacionais para "garantir a segurança e a estabilidade" do Haiti, que sofre de instabilidade política crónica há décadas.
Horas antes, o conselho tinha anunciado a extensão por mais sete dias do recolher obrigatório no departamento de Oeste, onde fica a capital Porto Príncipe e onde também está em vigor o estado de emergência, para tentar travar a violência.
De acordo com um comunicado assinado pelo primeiro-ministro interino, Michel Patrick Boisvert, o recolher obrigatório manter-se-á em vigor pelo menos até 28 de maio, entre as 22:00 e as 05:00 locais (02:00-09:00 em Lisboa).
"Esta medida não se aplica aos agentes da autoridade em serviço, bombeiros, equipas de ambulâncias, pessoal de saúde e jornalistas devidamente identificados", acrescentou o comunicado.
O secretário principal do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Quénia, Korir Sing'oei, disse no domingo que o país planeia enviar, "nos próximos dias, nas próximas semanas", agentes da polícia para o Haiti.
A missão internacional no Haiti, aprovada em outubro pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, sofreu vários reveses devido à instabilidade que reina na ilha das Caraíbas, mas também por causa das críticas e preocupações suscitadas pela sociedade queniana.
Outros países também devem contribuir para a força multinacional, nomeadamente Benim, Bahamas, Bangladesh, Barbados e Chade.
Cerca de 80% da capital está atualmente nas mãos de grupos criminosos, acusados de numerosos abusos, como assassinatos, violações, saques e sequestros. No ano passado, o Haiti registou cerca de oito mil mortes violentas.
Simultaneamente, a população haitiana enfrenta uma grave crise humanitária, com escassez de alimentos, medicamentos e outros bens básicos.
Também na quarta-feira, o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários no Haiti disse que a região de Bassin Bleu, no noroeste do país, foi atingida por um tornado que causou mais de 50 feridos, dez deles graves, e destruiu mais de 200 casas.
Na rede social X (antigo Twitter), a representação das Nações Unidas disse que o fenómeno meteorológico, registado na terça-feira, causou chuvas fortes, arrancou telhados e árvores, destruiu veículos e devastou plantações, afetando cerca de 300 famílias.
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