A decisão foi tomada durante uma reunião de várias horas com o primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes, e que juntou todos os operadores do setor, incluindo agricultores, exportadores e intermediários.

"Ficou resolvido graças à colaboração de todos. Chegámos à conclusão que o preço anunciado pelo Presidente da República, de 1.000 francos cfa, era um preço de referência", afirmou o presidente da Associação Nacional de Agricultores, Jaime Gomes.

Segundo Jaime Gomes, aquele preço de referência serve para "situar o agricultor que fica a saber que o valor da castanha de caju é mais ou menos 1000 francos cfa".

"Ou seja, (o agricultor) pode vender a pouco mais de 1000 francos, mas também pode negociar a sua comercialização a um pouco menos de 1000 francos", salientou.

A campanha de comercialização da castanha de caju da Guiné-Bissau foi declarada aberta pelo Presidente guineense, José Mário Vaz, a 24 de março passado, mas até hoje o produto ainda permanece nas mãos dos agricultores.

Os compradores internacionais, indianos e vietnamitas maioritariamente, recusam-se a adquirir o produto pelo preço fixado pelo Presidente guineense.

"Era necessário encontrar uma solução. Solução essa que foi aceitar o preço que já tinha sido anunciado pelo Presidente da República como preço de referência, os 1.000 francos cfa, mas retirar todas as barreiras não tarifárias e nomeadamente algumas ações que não se coadunam com um Estado de Direito de tensão e de confiscação sem que haja razões palpáveis para esse feito", explicou o ministro do Comércio guineense, Vicente Fernandes.

A castanha de caju é o principal produto de exportação da Guiné-Bissau. Em 2016 foram exportadas 180 mil toneladas de caju, mas em 2017 desceu para 163 mil toneladas.

O Fundo Monetário Internacional referiu recentemente que o caju tem sido responsável pelos bons resultados económicos da Guiné-Bissau e alertou para a dependência das exportações daquele fruto, aconselhando a uma maior diversificação da economia.

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