"Continuem a depositar confiança nos órgãos do Estado", disse Taur Matan Ruak, numa curta votação depois da proposta de OGE - a segunda apresentada pelo Governo - ter sido chumbada devido à abstenção do maior partido do executivo, o CNRT, de Xanana Gusmão.

Taur Matan Ruak recordou que o país vai assim continuar durante tempo indefinido com o regime de duodécimos, uma realidade que "afeta toda a população".

Mas manifestou confiança que os órgãos do Estado, incluindo o Presidente da República, conseguirão "encontrar solução para os problemas" que o país "enfrenta hoje e vai enfrentar amanhã".

A proposta de lei foi chumbada com 13 votos a favor, 15 contra e 25 abstenções, quase todas da bancada do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), maior partido do Governo.

Os votos a favor vieram das bancadas mais pequenas do Governo, o Partido Libertação Popular (PLP,) do primeiro-ministro Taur Matan Ruak, e do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO) e de outros deputados da oposição.

Arão Noé Amaral, presidente do Parlamento Nacional e membro do CNRT, acabou o debate a pedir "desculpa pela decisão do parlamento relativamente ao OGE" pelo impacto que terá na situação económica nacional.

Momentos antes da votação, o primeiro-ministro Taur Matan Ruak, disse que o Governo queria evitar a todo o custo que o país ficasse mais tempo em duodécimos e responsabilizou os deputados pela consequência de prolongar essa situação.

"O esforço do Governo teve um único objetivo: o de evitar que o país viva com duodécimos, porque a consequência dos duodécimos em 2017 e 2018 foi de recessão, de 3,8% e de 0,8%", afirmou.

Taur Matan Ruak disse que o Governo estava "pronto para continuar a cooperar com os deputados durante as discussões que vamos ter na especialidade", relembrando que se o país continuar em duodécimos, o parlamento terá que assumir as responsabilidades desse impacto.

O debate de três dias ficou marcado por várias críticas ao Governo, centradas em parte na capacidade de execução do OGE de 2019.

Várias dessas críticas vieram do próprio CNRT.

A bancada da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), maior partido com assento parlamentar (e atualmente na oposição) votou contra a proposta.

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