"Se o inimigo decidir [concordar com] um cessar-fogo, diremos que sim, mas com condições. O caminho será realizar negociações indiretas para esse fim", disse Naim Qassem, que no início de outubro - quando era o número dois do Hezbollah - deu o seu apoio às negociações de tréguas mediadas pelo presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri.
Qassem lembrou que Berri, que também lidera o grupo xiita Amal, aliado do Hezbollah, é "o pilar das negociações", embora tenha lamentado que "ainda não haja um projeto claro que seja consensual" para acabar com o conflito.
Berri, que é presidente do Parlamento há três décadas, é uma figura crucial que serve de canal de comunicação do grupo com o restante espetro político libanês.
"Não vamos implorar por um cessar-fogo", acrescentou, entretanto, Qassem.
De acordo com os meios de comunicação israelitas, o conselheiro do Presidente dos Estados Unidos para o Médio Oriente, Brett McGurk, e Amos Hochstein, enviado especial do chefe de Estado norte-americano, deverão deixar os Estados Unidos hoje para se reunirem com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e outras autoridades israelitas para discutir as condições para uma possível cessar-fogo com o Hezbollah.
O ministro da Energia de Israel, Eli Cohen, membro do gabinete de segurança, disse hoje que estavam em curso discussões dentro do gabinete sobre os termos de uma trégua com o Hezbollah no sul do Líbano, onde o exército israelita lidera uma ofensiva terrestre desde há cerca de um mês.
O Hezbollah anunciou na terça-feira a nomeação de Qassem, após a morte do antigo líder Hassan Nasrallah, num ataque israelita a 27 de setembro.
Após nomear Qassem, o Conselho Shura prometeu trabalhar com o Hezbollah "para alcançar os objetivos do caminho do movimento e para manter a chama da resistência a brilhar e a sua bandeira erguida até que a vitória seja alcançada". Esta decisão foi tomada depois de o Hezbollah ter confirmado na semana passada a morte de Hashem Safiedine, chefe do conselho executivo do grupo e considerado um dos principais candidatos à sucessão do clérigo Nasrallah.
Israel invadiu o Líbano após semanas de bombardeamentos e ataques contra o país, incluindo a explosão coordenada de milhares de aparelhos de comunicação, depois de quase um ano de combates com o Hezbollah na zona fronteiriça.
O Governo libanês calculou que os ataques israelitas iniciados provocaram cerca de 2.700 mortos e de 12.500 feridos.
O Hezbollah começou a bombardear o norte de Israel a partir do sul do Líbano em apoio ao Hamas, que enfrenta uma ofensiva militar de Telavive em Gaza desde que atacou solo israelita em 07 de outubro.
O Irão apoia o Hezbollah desde a sua fundação, na década de 1980, e o grupo é um dos seus principais aliados na região.
Teerão lidera o chamado "Eixo da Resistência", a aliança informal anti-Israel a que pertencem, além do Hezbollah, o grupo palestiniano Hamas, os Huthis, do Iémen, e milícias islâmicas no Iraque e na Síria.
CSR(JSD/LFS) // JH
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