"Apresento hoje formalmente a recandidatura à liderança do PS/Madeira e, sem meias palavras ou qualquer dúvida para quem quer que seja, sou candidato a presidente do PS/Madeira e serei candidato a presidente do Governo Regional da Madeira pelo PS", disse Paulo Cafôfo numa conferência de imprensa, no Funchal.
O dirigente socialista madeirense agradeceu aos cerca de mil militantes que subscreveram a sua moção de estratégia global, intitulada "estabilidade e compromisso", que será votada no congresso regional de 22 e 23 de fevereiro, depois das diretas de 31 de janeiro, nas quais é o único candidato.
Paulo Cafôfo traçou como objetivo "transformar a Madeira numa região mais justa e mais inclusiva", adiantando ter como propósito "promover a estabilidade e o compromisso" para resolver os problemas reais da região.
Cafôfo argumentou que "outros já provaram que não conseguem garantir essa estabilidade", apontando que "o futuro da Madeira deve ser ancorado em compromissos sólidos nas questões da habitação, saúde, educação, empregos e salários e na valorização dos jovens, nos seus talentos e na sua capacidade".
Defendendo a necessidade de os madeirenses e porto-santenses terem coragem para "construir um futuro melhor", o responsável socialista considerou que "a Madeira precisa ser respeitada e precisa valorizar o seu povo".
Sem mencionar o nome do presidente do executivo regional, o social-democrata Miguel Albuquerque, Cafôfo considerou que a região vive "tempos de instabilidade e incertezas, com investigações judiciais envolvendo mais de metade dos membros do Governo que mancham a imagem das instituições, que minam a confiança dos cidadãos nas instituições, na política e nos políticos, que revelam fragilidades éticas e morais de quem esteve no poder por quase 50 anos".
"Estas investigações judiciais não são apenas um reflexo de práticas de governação que abominamos, que são pouco transparentes e duvidosas. São a prova de que é necessário romper com um ciclo de poder que privilegia interesses instalados em detrimento do bem-estar de toda a população", complementou.
Na sua opinião, "a Madeira não pode continuar refém de uma governação marcada por escândalos judiciais e uma gestão danosa da coisa pública"
E defendeu que, desde que Miguel Albuquerque se tornou presidente do governo madeirense, em 2015, "nada mudou e não há sabão que lave as mãos sujas de quem governa" a região.
"Não podemos continuar sequestrados por um homem, por um partido que tem um único interesse individual e que nos arrasta a todos para um suicídio coletivo enquanto comunidade", mencionou
Também opinou que "a decisão do Presidente da República em dissolver novamente o parlamento regional é um sinal claro de que (...) o regime político na região chegou ao limite" e disse que as eleições regionais representam mais do que a escolha de um novo governo: representam uma "escolha entre um passado de estagnação e um futuro de progresso".
Cafôfo reforçou que a mudança na região "nunca se cumprirá numa lógica de isolamento, de arrogância, de soberba", vincando que "os tempos das maiorias absolutas acabaram", sendo necessário cooperação democrática, diálogo e capacidade de conseguir consensos.
"Excluímos qualquer acordo com o PSD e com o Chega. Não fazemos acordos com quem quer prolongar a vida deste regime de negociatas e desigualdades. Não fazemos acordos de extrema-direita, xenófobos e racistas e antidemocráticos", assinalou.
O líder socialista definiu como prioridades a resolução dos problemas da falta de habitação, do sistema de saúde e a necessidade de medidas que permitam aumentar os rendimentos das famílias.
AMB // FPA
Lusa/fim
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