Smotrich garantiu que não apoia um "acordo de rendição que incluísse a libertação de hiperterroristas, o fim da guerra e a perda do que foi adquirido à custa de muito derramamento de sangue e do abandono de um grande número de reféns".
As negociações indiretas que visam libertar os 94 reféns mantidos em Gaza, 34 dos quais morreram segundo o Exército, e chegar a um acordo de tréguas com o movimento islamita palestiniano Hamas, intensificaram-se nos últimos dias.
Apesar dos intensos esforços diplomáticos liderados pelo Qatar, pelo Egito e pelos Estados Unidos, não foram alcançadas tréguas desde a pausa de uma semana no final de novembro de 2023, que resultou na libertação de cem reféns.
As negociações já tinham decorrido em Doha em dezembro, mas o Hamas e Israel acusaram-se mutuamente de as bloquear.
Analistas israelitas dizem que um acordo está agora ao alcance, particularmente por causa da decisão do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de ignorar a pressão dos seus ministros de extrema-direita da coligação, que foi reforçada no início de novembro, ao unir-se ao partido de centro-direita de Gideon Saar, ministro dos Negócios Estrangeiros israelita.
Gideon Saar garantiu hoje que Israel está a trabalhar "arduamente" para uma trégua que incluiria a libertação dos reféns.
Uma alta autoridade palestiniana próxima do Hamas também falou de "progressos significativos" nas negociações.
"A atual ronda de negociações é a mais séria e profunda e alcançou progressos significativos", frisou à agência France-Presse (AFP) fonte do movimento islamita, que falou sob condição de anonimato.
Disse que o projeto de acordo estava a ser finalizado para estabelecer detalhes sobre o número de reféns que seriam libertados em troca de prisioneiros palestinianos detidos por Israel.
As discussões incluem também a questão da ajuda humanitária a Gaza, acrescentou.
Netanyahu discutiu no domingo o progresso nas negociações com o presidente norte-americano, o democrata Joe Biden, numa altura em que se aproxima a data da tomada de posse do presidente eleito, o republicano Donald Trump, em 20 de janeiro.
Donald Trump prometeu recentemente um "inferno" para a região se os reféns não fossem libertados antes do seu regresso ao poder.
A guerra em Gaza foi desencadeada pelo ataque executado pelo Hamas em 07 de outubro de 2023, que resultou na morte de 1.210 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelitas. Nesse dia, 251 pessoas foram também raptadas.
Mais de 46.500 pessoas, a maioria civis, foram mortas na campanha militar de retaliação de Israel em Gaza, de acordo com dados do Ministério da Saúde do Hamas, que a ONU considera credíveis.
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