De acordo com dados de um relatório de execução orçamental de janeiro a dezembro de 2023, do Ministério da Economia e Finanças e a que a Lusa teve hoje acesso, a produção de rubis em Moçambique cifrou-se em 2.710.617 quilates, contra os 7.058.199 previstos inicialmente pelo Governo.

Em 2022, Moçambique produziu 4.212.041 quilates daquela pedra preciosa e no anterior 5.011.723 quilates.

"Relativamente ao rubi, mineral com maior peso na estrutura global no grupo das pedras preciosas e semi-preciosas, continua com um baixo desempenho, situado em 38% em relação ao plano anual e um decréscimo da produção na ordem de 35,6% em relação ao período homólogo", lê-se no relatório de execução orçamental.

"Este resultado deveu-se em grande medida aos baixos níveis de produção da maior produtora deste mineral, associado a avaria no equipamento produtivo e aos ataques ocorridos à sua mina em outubro de 2022", justifica ainda.

A mineradora Gemfields anunciou em dezembro que os leilões de pedras preciosas, nomeadamente rubis, extraídos em Montepuez, norte de Moçambique, já geraram uma receita total de 974 milhões de euros em nove anos.

Em comunicado, a Gemfields, que lidera a Montepuez Ruby Mining (MRM), refere que esses 21 leilões, realizados desde junho de 2014, "já geraram" 1.049 milhões de dólares (974 milhões de euros) em receitas totais.

O último desse conjunto de leilões decorreu entre 20 de novembro e 05 de dezembro, após a apresentação em Banguecoque, aos investidores, de 97 lotes de rubis, compreendendo 239.591 quilates, gerando uma receita total de 69,5 milhões de dólares com a negociação de rubis brutos de qualidade mista.

"O produto deste leilão será integralmente repatriado para a MRM em Moçambique, sendo todos os royalties devidos ao Governo da República de Moçambique pagos sobre o preço total de venda alcançado no leilão", explicou a Gemfields.

Os rubis brutos vendidos entre novembro e dezembro foram extraídos pela Montepuez Ruby Mining, em Cabo Delgado, norte de Moçambique, empresa detida em 75% pela Gemfields e em 25% pelo parceiro moçambicano Mwiriti, tendo atingido o preço médio de 290,02 dólares (269 euros) por quilate.

"Vimos os preços do rubi nos nossos leilões aumentarem cada vez mais nos últimos anos e o nosso leilão final de 2023 endossou ainda mais essa tendência. Este leilão mostrou que a demanda e o preço dos rubis brutos são decididamente saudáveis. A receita total de leilões da Gemfields para 2023 é de 242 milhões de dólares [224,6 milhões de euros], a segunda maior da nossa história", refere Adrian Banks, diretor administrativo de produtos e vendas da Gemfields, citado no mesmo comunicado.

Este último leilão também levou a Gemfields a ultrapassar o "marco" de 2.000 milhões de dólares (1.856 milhões de euros) em vendas acumuladas em leilões de esmeraldas e rubis.

A Gemfields apresenta-se como líder mundial na extração e comercialização de pedras preciosas coloridas, detendo também uma quota de 75% na mina de esmeraldas Kagem, na Zâmbia, descrita a maior mina produtora de esmeraldas do mundo.

Já a mina de rubis de Montepuez, em Moçambique, é considerada como um dos mais significativos depósitos de rubis recentemente descobertos no mundo.

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