"Quero exprimir, em nome do Governo português, a nossa preocupação e desejo que, em Moçambique, se possa de forma rápida e pacífica estabilizar politicamente o país", declarou o chefe do executivo, na Assembleia da República, na sua intervenção inicial no debate preparatório do Conselho Europeu nos próximos dias 19 e 20.
Montenegro apelou ao "diálogo entre todos os intervenientes", dando ao povo moçambicano um horizonte de esperança que está colocado em causa.
Durante o debate parlamentar, Bernardo Blanco (Iniciativa Liberal) exortou o primeiro-ministro a levar a crise em Moçambique ao Conselho Europeu, defendendo que uma posição da União Europeia "poderia trazer aqui alguma influência".
O anúncio da Comissão Nacional de Eleições (CNE), em 24 de outubro, dos resultados das eleições, em que é atribuída a vitória a Daniel Chapo nas presidenciais e, nas legislativas, ao partido Frelimo, que reforçou a sua maioria absoluta, espoletou protestos populares, convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane e que têm degenerado em confrontos violentos com a polícia.
Segundo a CNE, Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas este não reconhece os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional, o que deverá acontecer antes do final do ano.
Os protestos levaram o caos às ruas em diversos pontos do país, com pelo menos 110 pessoas mortas e mais de 300 feridas em resultado dos confrontos entre polícia e manifestantes desde 21 de outubro, segundo um balanço atualizado divulgado na terça-feira pela Organização Não-Governamental (ONG) Plataforma Eleitoral Decide.
Hoje terminou uma nova fase de protestos e manifestações, iniciada em 04 de dezembro, convocada novamente pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados oficiais.
JH (PVJ) // MLL
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