Os 120 cientistas que colaboraram no estudo, da organização "Global Carbon Project", estimam que o mundo deve ter como objetivo zero emissões líquidas de dióxido de carbono (CO2) até ao final da década de 2030, se quiser conter o aquecimento global a 1,5°C, em comparação com o final do século XIX.
A meta é muito mais cedo do que 2050, a data atualmente prevista por cerca de 100 países, incluindo a maioria dos países ricos, os mesmos que estão relutantes em acelerar os esforços climáticos na cimeira do clima que esta semana começou no Azerbaijão.
Professor da Universidade britânica de Exeter, Pierre Friedlingstein disse que "ainda não há qualquer indicação de que a utilização de combustíveis fósseis tenha atingido o seu pico".
O regresso de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos durante quatro anos, de janeiro de 2025 a janeiro de 2029, está a complicar os esforços para acelerar a redução das emissões de gases com efeito de estufa, numa década considerada decisiva para o clima deste século.
Os Estados Unidos emitem atualmente 11% das emissões mundiais, atrás da China (30%). Mas Donald Trump poderá retirar o país do acordo quase universal adotado em 2015, o Acordo de Paris. Atualmente, apenas o Irão, o Iémen e a Líbia não fazem parte do acordo.
No terceiro dia da COP29 os países ainda estão longe de chegar a um consenso sobre o financiamento do clima, segundo um novo projeto de acordo publicado hoje.
No documento, a maioria dos países em desenvolvimento pede "pelo menos 1.300 mil milhões de dólares por ano" de ajuda dos países ricos, entre muitas outras propostas.
A COP29 deste ano (de 11 a 22 de novembro) deverá terminar com um novo objetivo de financiamento dos países em desenvolvimento ("Novo Objetivo Coletivo Quantificado", ou NCQG) para os ajudar a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e a adaptarem-se às alterações climáticas.
O novo objetivo substituirá o fixado em 2009, que apelava aos países ricos para que concedessem 100 mil milhões de dólares por ano de financiamento aos países em desenvolvimento, um valor que mal foi alcançado em 2022.
Antes da COP, o Egito e a Austrália, nomeados para resumir anos de disputas entre o Norte e o Sul, já tinham elaborado um primeiro projeto de texto, que foi rejeitado na terça-feira pelos países em desenvolvimento, que concordaram unanimemente que era demasiado favorável aos países ricos.
Os países ricos consideram irrealista comprometerem-se com valores sugeridos por países mais pobres, tendo em conta o estado das suas finanças públicas e a falta de apoio dos Estados Unidos de Donald Trump, e ainda não revelaram números dos futuros compromissos de ajuda.
FP // ZO
Lusa/fim
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