Albanese é uma das vozes mais fortes entre os peritos da ONU contra a campanha de Israel no enclave palestiniano, e aliados do governo israelita, como os Estados Unidos, acusaram-na de antissemitismo, como a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield.
Em resposta, Turk lamentou que "mesmo perante os desacordos mais ferozes", ataques como os que "se têm assistido recentemente contra a relatora, em que a sua segurança e a da sua família e colegas é ameaçada, são inaceitáveis".
"[Existe] uma agressividade crescente em ataques verbais, ameaças e campanhas virulentas nas redes sociais contra instituições e mecanismos internacionais, incluindo as Nações Unidas em geral, observou Turk.
"Isto é inaceitável. Estas instituições foram criadas e estabelecidas precisamente pelos Estados para fazer um trabalho crucial. Os Estados devem facilitar esse trabalho e protegê-las de interferências e ataques indevidos", concluiu.
A 12 de fevereiro deste ano, Israel proibiu Albanese de entrar no país por esta ter afirmado que os atentados de 07 de outubro de 2023 foram causados pela opressão israelita.
Os então ministros dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, e do Interior, Moshe Arbel, assinaram nesse dia uma ordem para vetar a entrada de Francesca Albanese, considerando-a "persona non grata", alegando que a "era do silêncio" da população judaica terminou.
O executivo israelita instou a ONU a distanciar-se das declarações da relatora e a demiti-la.
As declarações em causa foram publicadas numa rede social, quando a jurista italiana negou que os ataques do Hamas pudessem ser considerados "o maior massacre antissemita do século", como afirmou o Presidente francês, Emmanuel Macron.
"As vítimas de 07 de outubro [de 2023] não foram mortas por causa do seu judaísmo, mas em reação à opressão israelita. A França e a comunidade internacional não fizeram nada para o evitar. Os meus respeitos às vítimas", escreveu Albanese.
Katz, que é, desde hoje, o novo ministro da Defesa de Israel, já tinha condenado as palavras da relatora especial numa outra mensagem em que pedia a demissão imediata de Albanese ao secretário-geral da ONU, António Guterres, que, posteriormente, também viria a ser considerado "persona non grata" por Telavive.
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