"Esta iniciativa enquadra-se no desenvolvimento das ações com vista à melhoria da articulação entre os dois órgãos, em especial no domínio da investigação e instrução preparatória dos processos-crime", refere uma nota da procuradoria-geral moçambicana.

O encontro, de três dias, vai debater os principais desafios de segurança no país, com destaque para o terrorismo, que afeta o norte de Moçambique, e os raptos, que têm estado a ocorrer nas principais capitais provinciais desde 2020.

"Entre os pontos da agenda, destaque para a análise e reflexão em torno das ações desenvolvidas pelas duas instituições, desde a realização da VII Reunião Nacional e os mecanismos que devem ser implementados para prevenir e combater a criminalidade organizada, mormente os crimes de branqueamento de capitais, financiamento ao terrorismo e os raptos", acrescenta a nota da PGR, avançando ainda que o encontro vai servir para a elaboração do plano estratégico do Sernic para os próximos cinco anos.

A província de Cabo Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada promovida por rebeldes, com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Após um período de relativa acalmia, as cidades moçambicanas, principalmente a capital do país, voltaram a ser assoladas desde 2020 por uma onda de raptos, visando principalmente homens de negócios ou seus familiares.

Em novembro de 2021, a Polícia da República de Moçambique lançou a formação de uma força mista para responder a este tipo de crime, um grupo de oficiais que vão ser capacitados por especialistas ruandeses durante seis meses.

EYAC // JH

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