![Presidente iraniano diz que não procura dotar Irão com armas nucleares](/assets/img/blank.png)
"Não procuramos obter armas nucleares", disse Pezeshkian, durante uma reunião com diplomatas estrangeiros em Teerão, acrescentando que "é fácil" verificar a afirmação.
Na quarta-feira, Trump disse ser a favor de um "acordo de paz", mas que o Irão "não pode ter armas nucleares", um dia depois de ter declarado ser a favor de uma política de "pressão máxima" sobre Teerão.
Em 2018, durante o primeiro mandato de Trump, os Estados Unidos retiraram-se do acordo internacional sobre o programa nuclear do Irão, assinado três anos antes, que oferecia a Teerão um alívio das sanções em troca de um limite às ambições nucleares.
Após a retirada unilateral de Washington, o Irão renegou os seus compromissos e todas as tentativas de reativar o acordo falharam nos últimos anos.
Segundo a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), desde a retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear, o Irão enriqueceu urânio muito além do nível permitido e agora possui 182,3 quilos enriquecidos com 60% de pureza, perto de 90% do necessário para uso militar.
Também na quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, afirmou que a política de "pressão máxima" sobre Teerão será "mais um fracasso", tal como aconteceu durante o primeiro mandato do Presidente norte-americano (2017-2021).
Durante a reunião de hoje, transmitida pela televisão, Pezeshkian referiu-se a uma 'fatwa' (decreto religioso) de longa data emitida pelo líder supremo do Irão, ayatollah Ali Khamenei, que proíbe as armas atómicas.
O líder iraniano afirmou que o Irão não pretende adquirir esse tipo de armas porque "massacrar pessoas inocentes não é aceitável na doutrina da República Islâmica do Irão".
Ainda na quarta-feira, o Governo iraniano frisou que a política externa do país é guiada pela "dignidade, sabedoria e interesse próprio".
"Na política externa, seguimos três princípios fundamentais que são dignidade, sabedoria e interesse", disse a porta-voz do governo, Fatemeh Mohajerani, aos jornalistas em resposta a uma pergunta sobre os comentários de Trump.
A porta-voz disse que "o princípio do interesse próprio está relacionado com a identificação e escolha correta de estratégias alinhadas aos interesses nacionais do país".
As relações entre o Irão e os Estados Unidos, que têm sido muito tensas nas últimas décadas, passam atualmente por um dos seus piores momentos após a eclosão da guerra entre Israel, que tem Washington como principal aliado, e o Hamas e o Hezbollah, dois dos grupos islamitas apoiados pelo Irão.
JSD (PFT) // JH
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