"Considero possível o posicionamento de armas como os Oreshnik no território da Bielorrússia", declarou Putin ao lado do homólogo bielorrusso, Alexander Lukashenko, após a assinatura de um acordo mútuo sobre garantias de segurança.

Putin referiu como data possível para a transferência dos mísseis "o segundo semestre do próximo ano", segundo a agência francesa AFP.

"Estes sistemas entrarão ao serviço das Forças de Mísseis Estratégicos e, paralelamente, iniciaremos a sua instalação em território bielorrusso", afirmou também, citado pela agência espanhola EFE.

Putin voltou a enaltecer as qualidades "sem paralelo no mundo" dos Oreshnik, que disse serem indetetáveis pelos escudos antimísseis ocidentais existentes e capazes de atingir todas as capitais europeias.

Além dessas qualidades, destacou a precisão como a chave dos novos mísseis.

No âmbito da reunião do Soviete Supremo da União Estatal Bielorrússia-Rússia, Lukashenko e Putin assinaram um acordo sobre garantias de segurança, que prevê a utilização de armas nucleares em caso de ameaça externa, uma clara referência à NATO, segundo a EFE.

O acordo estabelece as obrigações de ambos os países em termos de defesa da soberania, independência, integridade territorial e ordem constitucional, bem como de garantia da inviolabilidade do território e das fronteiras da União Estatal.

Putin afirmou que a União Estatal, criada há 25 anos por Lukashenko e pelo seu antecessor, Boris Ieltsin, aprovou uma nova doutrina militar que tem em conta a "difícil situação internacional" e define medidas conjuntas para fazer face aos principais desafios e ameaças.

O acordo "permitirá uma proteção fiável da segurança da Rússia e da Bielorrússia, criando assim condições para um maior desenvolvimento pacífico e sustentável dos dois Estados", disse.

Putin assegurou que a Rússia está pronta para defender a Bielorrússia "com todas as forças à sua disposição", incluindo as armas nucleares táticas que instalou no país vizinho após o início da guerra na Ucrânia.

"Estamos também a falar das armas nucleares táticas russas instaladas no território da república a pedido do Presidente da Bielorrússia", disse, citado pela agência russa TASS.

Putin autorizou o estacionamento de armas nucleares táticas em território bielorrusso como forma de dissuasão do avanço da NATO, a Organização do Tratado do Atlântico Norte.

A Bielorrússia é um dos raros países que apoiam a guerra da Rússia contra a Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, tendo o seu território sido usado pelas forças russas no lançamento da invasão.

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