E quem diz lisboetas e portuenses, diz chineses, americanos ou franceses, que andam a comprar isto tudo. Os restantes 90% dos moradores das respetivas cidades é que podem ficar ligeiramente aborrecidos com esta situação, mas não é drama nenhum terem de se mudar para Alfornelos, Badajoz, Bucareste ou Damasco. Há boas empresas de mudanças que nos levam tudo num instante até ao outro lado do mundo por um décimo de uma renda de uma cave em Chelas.
Agora, com isto tudo, acontece naturalmente um processo de triagem para quem quer arrendar casa. Não sei bem ao certo os critérios, mas os mais básicos devem ser o rendimento, se tem ou não animais de estimação, se ouve kizomba ou se é um casal gay, no caso do proprietário ser o Gentil Martins.
Para o bem das nossas cidades, espero que estes critérios se comecem a afunilar, principalmente nas casas dos centros, de modo a que sejam considerados os melhores destinos turísticos do Universo para todo o sempre.
Sugiro que os candidatos a inquilinos cumpram os seguintes requisitos: terem um rendimento mensal acima dos 500 mil euros e mais de 2 milhões de seguidores no Instagram, já terem participado em mais de um filme de Hollywood, chorarem sempre que veem um arco-íris e não gostarem de pobres. Caso não se consiga arranjar inquilinos destes em quantidade suficiente nos próximos meses, é transformar Lisboa e Porto em dois Airbnbs gigantes e fica resolvido, qual Portugal dos Pequeninos onde ninguém mora mas que tem muita graça visitar.
Sugestões mais ou menos culturais que, no caso de não valerem a pena, vos permitem vir insultar-me e cobrar-me uma jola:
- “Na Boa!”: Lançamento do livro “Na Boa!” do meu alter ego Diogo Faro, Presidente do Instituto para os Altos Estudos da Felicidade, e que escrevi aquando do interregno que fiz na minha carreira de comediante. 26 de julho, às 18:30, na Fnac do Colombo.
- Festival Músicas do Mundo: Pelo sítio, pela diversidade musical, pelas pessoas. Vale muito a pena.
- Bombeiros: Por todo o país, os bombeiros vão continuar a precisar de muita ajuda. Não deixem a onda de solidariedade passar e continuem a ajudar em força os vários quartéis.
Comentários