As eleições legislativas estão à porta e, ao contrário do que as pessoas que não conhecem o sistema democrático pensavam há quatro anos, os eleitores vão escolher deputados e não o primeiro-ministro diretamente. A campanha e os debates têm sido morninhos porque as sondagens parecem ser bastante claras e não deixar espaço para surpresas: o PS deve ser o partido mais votado, vai aliar-se novamente na chamada "geringonça", e a direita vai enterrar-se e, provavelmente, Cristas e Rio vão ter de ir fazer a sua vida para outro lado. Não digo que vão ter de arranjar outro trabalho, porque disso já sabemos que os políticos não gostam muito. Apesar de parecer quase certo o resultado, estou aqui para ajudar quem possa estar indeciso e não tenha mais do que fazer dia 6 de outubro:

PSD: Ainda ressabiados por acharem que ganharam as eleições anteriores, vão ter, provavelmente, o pior resultado da sua história nestas próximas eleições. Rui Rio fala demais e devia ter aprendido com o Cavaco que, quando se está calado, se diz menos baboseiras e pode ser que se consiga enganar grande parte do povo que pensava que ele até era bom governante.

PS: Estão com aquela calma de quem sabe que vai ganhar com dez de avanço e até S. Pedro tem sido amigo do Costa e já nos deu chuva mesmo antes das eleições para o PS não perder votos com outros incêndios de outubro como os de Pedrógão Grande. É o partido a votar se quiserem que as coisas fiquem na mesma como sempre.

BE: O peixe piloto que vai aproveitar as migalhas deixadas pelo PS. Falam e prometem muito porque sabem que depois podem dizer que a culpa é do PS. Têm pesadelos com a maioria absoluta dos socialistas e, por isso, auditaram os negócios de todos os membros para não haver outro caso Robles.

CDS: Prepara-se para o pior resultado da sua história, não por Assunção Cristas ser uma líder sem qualquer carisma e competência, mas porque Portugal é um país machista que não vota em mulheres, claro. Um partido cristão e conservador, mas que acha que pisca os olhos à juventude com uma líder que usa calças de ganga. Quando ponderarem se o CDS é um partido hipócrita ou não, lembrem-se de que o seu líder mais carismático não podia ser ele mesmo e apoiava um partido que discrimina pessoas como ele.

CDU: Composta maioritariamente pelos comunistas, dos direitos do povo, mas que viabilizam governos com políticas não muito abonatórias para esse povo que dizem defender. Para eles, a Coreia do Norte e a Venezuela são bons destinos de férias porque os comunistas não podem dizer mal uns dos outros, caso contrário ainda aparece o fantasma de Karl Marx e de Estaline a dar-lhes uma reprimenda. Têm "Os Verdes" como apêndice, mas, como vemos no futebol, é uma cor que dá muito azar.

PAN: Segundo as sondagens, será o partido que mais crescerá nestas eleições, movido muito pelo voto ambiental, mas também pelo voto das velhas malucas que têm mais de três gatos. Alternam entre o pensamento científico nas questões ambientais e o pensamento astrológico em questões de saúde. Homeopatia só funciona em infeções urinárias porque beber água ajuda a curá-las.

Aliança: Como Santana Lopes não sabe o que é ter um trabalho a sério, lá criou este partido para continuar a sua carreira política – que é a sua única –, porque é um político de carreira que nunca fez mais nada da vida a não ser daquela vez que enterrou o Sporting mais um bocado. Lembram-se daqueles meses em que foi primeiro-ministro até Sampaio (e Portugal) lhe dar um chuto no cu? Pronto, se quiserem reviver essa nostalgia é votar aqui.

Iniciativa Liberal: São liberais, dizem, mas no fundo são só chatos.

CHEGA: André Ventura prova que é possível ser muito falado e estar na televisão e nos jornais a toda a hora e mesmo assim não ter credibilidade nenhuma para convencer eleitores.

LIVRE: Joacine Katar Moreira tem andado nas bocas do povo, apesar de lhe ser complicado ter o povo na boca devido à dificuldade que tem com palavras começadas pela letra “p”. É gaga e viu uma entrevista à rádio ficar viral, onde a entrevistadora teve de a interromper e esclarecer que a Joacine tem uma gaguez assumida. Sim, porque se não assumisse ninguém notaria, seria uma gaga de armário de que nunca ninguém daria conta e pensariam que era beatbox. Pode um gago trabalhar num call center? Dificilmente. Pode ser deputado e discursar na assembleia? Pode, assim o canal Parlamento fica mais cómico.

MAS: Não há grande paciência para revolucionários que nunca seriam capazes de liderar uma revolução, mas, se gostarem de intelectuais de esquerda que usam boinas e lenços ao pescoço, este é o vosso partido.

JPP: Não sei nada deles, são da Madeira e por isso são como a Joacine e não se percebe muito bem o que eles dizem. Só sei que a candidata Lina Pereira é agradável à vista. Não estou a ser machista, estou apenas a assumir a minha ignorância.

Partido da Terra: Têm um trevo de quatro folhas no seu logótipo como se fosse uma casa de apostas de jogos de sorte. Percebo, porque é mais fácil ganharem o euromilhões do que elegerem um deputado. Um partido para hipsters ecologistas que já se preocupavam com o ambiente antes de ser mainstream.

Nós, Cidadãos: Tiveram atenção porque tinham a Joana Amaral Dias, que agora se dedicou a ser modelo de Instagram depois de ver que nunca chegaria a deputada nem por um partido de esquerda nem por um de direita. É um partido que perdeu o encanto e que podia ter como bandeira as dick pics que a Joana recebe.

MRPP: Andam cá desde 1976 e nunca foram além dos 1,1%. Ninguém lhes tira a persistência, mas é preciso saber quando desistir.

PDR: Partido de António Marinho e Pinto, aquele senhor que achava vergonhoso e pornográfico o salário de 18 mil euros de um eurodeputado, mas que nunca abdicou dele e se tornou a candidatar, mas não foi eleito. Por isso, resta-lhe tentar o poleiro de um mero deputado nacional, embora tenha dito em 2014 que o salário de 4800 euros de um deputado em Lisboa não dá para muito.

PNR: Gosto deste partido porque a cada período eleitoral nos lembra de que Portugal é um país relativamente tolerante e que não embarca e histerismos de extrema-direita nem elege palermas racistas, xenófobos e homofóbicos. Elegemos palermas, apenas.

Partido Popular Monárquico: LOL.

PTP: Partido Trabalhista Português que não tem um site próprio e cuja página de Facebook ainda tem como foto de capa uma foto alusiva às eleições europeias de Maio. Querem um partido que nem sabe gerir as redes sociais a gerir o país? Pois, calculei que fosse essa a resposta.

PURP: Não, não é abreviatura de purpurinas e não é o partido do José Castelo-Branco. Até estes têm um site e são reformados e toda a gente sabe que os velhinhos não sabem nada de computadores.

RIR: O partido do Tino de Rans, alter-ego de Vitorino Oliveira. Talvez o candidato mais bem preparado, já que participou em reality shows, e a política acaba por ser um concurso de popularidade onde se tenta não ser expulso pelos portugueses. Se for eleito, fará uma competição com Jerónimo de Sousa a ver quem faz mais espuma no canto da boca enquanto discursa.

De nada. Espero ter ajudado.

Sugestões e dicas de vida completamente imparciais:

Para ajudar: Espetáculo solidário de stand-up comedy no Coliseu do Porto, dia 3 de Outubro. Bilhetes neste link.

Para ver: Between two ferns: The Movie, na Netflix.

Para ouvir: Dicas do Salgueiro Podcast.

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