E não deixem de ir votar porque não querem saber. Não querer saber não é opção, não querer saber é dizer que a democracia que conquistámos apenas há 45 anos, não vale nada; é dizer que não estamos interessados no tipo de governo que temos, nos deputados que elegemos, nas ideias que podem ajudar na construção de um futuro melhor.
Circula nas redes sociais um curto filme espanhol de apelo ao voto e é esclarecedor: se não quisermos saber, se insistirmos em não saber sobre a vida política que nos rege vamos acabar a comer “merda frita”. É assim que as coisas se passam realmente, o filme é muito claro e quem não o entender, bom, quem não o entender pode não ir votar, digo eu já em completa contradição com o princípio desta crónica.
Os mais jovens encolhem os ombros e dizem que não sabem nada de política ou que não se revêem em qualquer um partido candidato às eleições. Mas leram os programas? Informaram-se? Assistiram aos debates, ouviram ou leram entrevistas?
Nunca iremos concordar a 100% com um partido, já se sabe, nem iremos simpatizar com o líder A ou B por razões que, muitas vezes, são pura falta de empatia, mas daí a não votar vai uma distância considerável. A educação para a participação cívica deveria existir, e eu sou a favor do voto obrigatório. Não podemos queixar-nos do Estado e não votar. Não podemos pagar impostos e não querer saber. Não podemos dizer que “eles” – sempre adorei esta expressão de anonimato e poder – fazem e acontecem se, na hora de os eleger, voltamos as costas e vamos curtir um domingo de sol. A democracia também é da nossa responsabilidade. O avanço da legislação é da nossa responsabilidade. Os representantes do país junto de diversas instituições e outros países falam em nome de Portugal. Em nosso nome. “Eles” são lá postos por nós. Por isso, vamos lá votar que não custa nada e até pode ser que alguma coisa que queremos ver mudada, mude mesmo.
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