Para a crónica desta semana resolvi entrevistar um dos muitos adeptos da corrente ideológica “Não sou racista, mas…”, também conhecida por NSRM. Vamos, então, tentar perceber um pouco mais sobre esta forma de ver o mundo e a sociedade.

GD: Boa tarde, o senhor não é racista, mas… certo?

NSRM: É isso, sim senhor.

GD: Pode explicar-nos essa sua convicção, por favor?

NSRM: Ora bem, não sei bem o que quer dizer convicção, mas vou partir do princípio que é este ideal que eu tenho de não ser racista, mas…

GD: É isso.

NSRM: Ora bem, não sou racista porque penso que todas as raças devem ter os mesmos direitos, mas… gosto menos de algumas raças do que de outras.

GD: Então, tem preconceito relativamente a algumas raças?

NSRM: Não, eu não sou preconceituoso, mas… há umas raças que têm mais problemas do que as outras.

GD: Ah, o senhor, além de não ser racista, mas… também não é preconceituoso, mas…

NSRM: Exacto, sou adepto das duas vertentes.

GD: E em relação à discriminação racial?

NSRM: Bom, eu não discrimino nenhuma raça, mas… há umas que são mais propensas à criminalidade do que outras, por exemplo, ou que não gostam tanto de trabalhar.

GD: Então, quer dizer que acha que geneticamente há raças inferiores?

NSRM: Não se deve generalizar, mas… basta olhar para as zonas com mais crime e perceber que há um padrão.

GD: E já pensou que podem ser questões de menor acesso à educação e às oportunidades a base desse problema?

NSRM: Eu não penso, mas…

GD: Mas…?

NSRM: Mas nada, era só isso.

GD: Ah, faz sentido. Obrigado por nos esclarecer a todos sobre a génese dos seus ideais.

Foi a entrevista possível com alguém que não é racista mas…

Sugestões e dicas de vida completamente imparciais:

Para ouvir: I’m not racist de Joyner Lucas

Para ver: Documentário FYRE no Netflix.

Para rir: Este sketch de Dave Chappelle.