Nunca em Portugal houve tanto espectáculos de stand-up comedy em exibição. Só em Março, estão mais de oito espectáculos a solo em Portugal, fora os cada vez mais populares festivais de comédia e comedy clubs que começam a aparecer em força nas maiores cidades. Só neste primeiro semestre temos Luis Franco-Bascos, Bruno Nogueira, Guilherme Geirinhas, Manuel Cardoso, Paulo Almeida, Rui Sinel de Cordes, Salvador Martinha, Rúben Branco, Diogo Faro, Carlos Coutinho Vilhena, Diogo Batáguas e eu (se me estiver a esquecer de algum, não é por mal). No segundo semestre haverá mais, digo eu, provavelmente do Pedro Teixeira da Mota, Dário Guerreiro, Hugo Sousa e, talvez, mais uns quantos.

Os festivais de música começam cada vez mais a querer ter palcos de comédia e, embora o ambiente não seja o ideal para a stand-up comedy, é sempre bom em termos de projecção e de valorização da área.

Fui ver o Jimmy Carr na passada sexta-feira, comediante britânico de expressão mundial, com especiais na Netflix. Mais se seguirão e Portugal passará a estar cada vez mais incluído nas tours europeias dos grandes nomes da comédia internacional. Haver comediantes estrangeiros e de renome a vir cá pode fazer muito pela comédia, apesar de ser injusto para nós que, por comparação, seremos sempre inferiores, especialmente no tocante ao palco. Um comediante lá fora, consegue actuar todos os dias da semana, várias vezes por dia, pelos vários comedy clubs das suas cidades. Ou seja, um comediante com um ano de carreira lá fora terá, provavelmente, mais actuações do que um cá com 20 anos de carreira. A comédia, especialmente em palco, precisa de muito treino e iterações, muitos erros e noites falhadas e, como tal, ainda serão precisos muitos anos para termos todos a maturidade para rivalizar com esses.

O regresso do Levanta-te e Ri é outro sinal de que a comédia está a ficar na moda. A aposta das marcas também, os programas da manhã da rádio que não dispensam o humor, também, mas, acima de tudo, devemos este boom da comédia nacional à internet e às redes sociais que vieram democratizar o conteúdo.

Dificilmente teremos monstros como o Herman, Ricardo Araújo Pereira ou Bruno Nogueira pois o público está disperso pelos vários canais seja de televisão ou do YouTube. Teremos mais humoristas a viver do humor e teremos um humor mais diversificado para todos, onde quem tem público tem o mérito de o ter cativado, goste-se ou não do estilo ou do humorista em questão.

Daqui a uns anos vamos olhar para esta fase do humor e perceber que foi uma época dourada. Numa altura em que o riso cada vez é mais mal visto por algumas facções da sociedade, outras parecem querer rir e pagar bilhete para assistir a espectáculos. Chupem.

Sugestões e dicas de vida completamente imparciais:

Para ir: Todos os espectáculos de todos os comediantes que referi no texto, mas se só puderem ir a um, escolham o meu, obviamente.

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