A economia portuguesa estagnou nas últimas duas décadas. Segundo dados oficiais, os anos entre 2000 e 2020 foram o pior período de crescimento económico nacional do último século. Portugal foi ultrapassado por duas economias de leste europeu em 2021, tendo recuado três lugares em apenas seis anos.

O país é cada vez mais desequilibrado, prova disso é o facto do PIB per capita da AM de Lisboa estar perto do nível da União Europeia em contraste com o resto do país que se compara com os países mais pobres.

Os portugueses recebem os segundos salários mais baixos da Europa ocidental, com um quinto da população trabalhadora a ganhar salário mínimo nacional. Em contrapartida, somos o país com o sexto maior esforço fiscal da União Europeia.

O preço das casas está a aumentar desenfreadamente. Nos últimos cinco anos, os preços subiram mais de 50%, sobretudo nas grandes áreas metropolitanas, transformando-nos no quarto país da União Europeia onde os preços mais cresceram.

Consequência de salários baixos e casas caras, os portugueses são os que saem de casa dos pais mais tarde na Europa, aos 34 anos. Em média, fazem-no sete anos mais tarde que os restantes europeus. Em Portugal, 72% dos jovens recebem menos de 950€ líquidos mensais, sendo que estudos apontam para que 30% queiram emigrar.

A percentagem de pacientes que esperam mais de três meses por uma cirurgia disparou na última década e, hoje, Portugal tem quase 1.3 milhões de utentes sem médico de família. Ao mesmo tempo, a percentagem de partos em hospitais privados saltou de 6% em 2000 para 17% em 2020.

A verdade é que hoje quatro milhões de portugueses recorrem a seguros privados de saúde e o top 50 do ranking das escolas portuguesas só tem cinco escolas públicas enquanto que, há 20 anos, eram 29. Somos o pior país dos 27 da União Europeia em termos da população ativa que termina o Ensino Secundário.

O número de funcionários públicos aumenta há mais de seis anos consecutivos. No entanto, estudos recentes (public administrations in the EU member states) dizem-nos que a administração publica portuguesa fica classificada abaixo da mediana da União Europeia em 10 das 17 categorias analisadas. 

Portugal é o 2º pais da União Europeia onde se recorre mais a “cunhas” (Global Corruption Barometer European Union 2021), sendo que em 2021 metade dos portugueses admitia ter acedido a serviços através de favores. 

Segundo dados recentes, 88% dos portugueses acredita que há corrupção no governo e a estimativa dos custos anuais da corrupção cifra-se nos 18 mil milhões de euros, muito superior ao orçamento da saúde (The cost of non-europe in the área of organised crime and corruption e the costs of corruption across the EU).

Ao final de oito anos de António Costa e de 20 anos de socialismo desde 1995 eis o resultado: biliões de euros recebidos de impostos e de fundos europeus desperdiçados e transformados em estagnação económica, população envelhecida, salários baixos, habitação inacessível, impostos altos, mas, apesar disso, serviços públicos em queda abrupta de qualidade com suspeitas constantes de má gestão pública e corrupção.

Estes são os desafios reais dos portugueses mas o governo continua a ignorá-los preferindo despejar dinheiro em função das suas necessidades e crenças eleitoralistas. O problema é que com a mesma receita não poderemos esperar resultados diferentes.