Podemos argumentar que os esquemas irão sempre prejudicar alguém, mas não vamos por aí hoje. Os escritores portugueses e a APEL – Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, estão a manifestar-se numa campanha de sensibilização contra a pirataria de livros. Fazer download de um pdf de um livro é crime. Não é se for pago e realizado numa plataforma que sirva para o efeito, evidentemente, mas isso não é pirataria, é consumo consciente, dentro das normas da lei. Não prejudica os autores nem os editores. No caso da pirataria, os maiores lesados são os autores. Espanta-me o ânimo leve com que alguém, que gosta de ler ficção, decide roubar o que envolveu tanto esforço da parte dos escritores.
Admito que vejo com alguma tristeza a forma ingrata de encarar um ofício que implica tantas horas, dias, por vezes anos de empenho e dedicação. O ânimo leve com que alguém decide roubar o que envolveu tanto esforço. No fim, o livro vende-se e o autor fica com dez, doze por cento do valor de capa. Há quem tenha direitos de autor mais elevados, mas são poucos. Assim como são poucos os autores a conseguir viver da escrita. Também há os amigos que se dizem amigos e que pedem para oferecermos o livro que acabámos de publicar e eu interrogo-me: a única coisa que tenho para vender, pedes para te oferecer? Enfim...
Os portugueses compram livros, sim, mas compram autores portugueses? E o que adquirem e lêem será Literatura…? É procurar os estudos e perceber. Assim, a pirataria lesa o autor, corta as asas, prejudica verdadeiramente. Não façam o download de livros pirateados. As actividades criativas são alimentadas por pessoas que precisam de pagar renda e ir ao supermercado, como todas as outras.
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