O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, saudou hoje "coragem e consciência política" demonstrada pelo ex-ministro socialista Alberto Martins e pelo movimento estudantil na crise académica em Coimbra há precisamente 50 anos.
Celso Cruzeiro, um dos dirigentes estudantis da Crise Académica de 1969, em Coimbra, reconhece que “muita coisa mudou” no ensino universitário em Portugal, mas defende também que o programa dessa luta está ainda longe de ser cumprido.
A crise de 1969 em Coimbra foi “uma escola fantástica de solidariedade” e em nome dela “arriscaram pessoalmente o futuro” muitos estudantes, recorda o jovem que há 50 anos desafiou o regime com um simples “peço a palavra”.
O presidente Américo Thomaz, sem responder ao pedido do presidente da Academia de Coimbra para falar em nome dos estudantes, deu a palavra a um ministro e assim que este discursou, as autoridades, atrapalhadas, abandonaram a sala.
O 25 de Abril começou com a Crise Académica, em Coimbra, afirma o cineasta João Botelho, que, em 17 de abril de 1969, deu um empurrão ao então presidente Américo Thomaz, "o momento mais alto" da sua vida.
A final da Taça de Portugal de futebol em 1969, que a Académica perdeu para o Benfica por 2-1, após prolongamento, deu dimensão nacional à luta estudantil de Coimbra que se tinha iniciado em abril desse ano.