A greve dos enfermeiros nos blocos cirúrgicos que começou hoje obrigou ao adiamento de pelo menos 261 cirurgias marcadas para o período da manhã em cinco hospitais da região Norte, disse à Lusa fonte sindical.
Pelo menos 500 cirurgias consideradas prioritárias ou muito prioritárias foram adiadas devido à primeira greve dos enfermeiros em blocos operatórios, segundo dados de dois hospitais onde decorreu a paralisação que terminou em dezembro de 2018.
A administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte anunciou hoje que a greve dos enfermeiros em blocos operatórios teve menor impacto do que antecipado, contabilizando ainda assim mais de 800 cirurgias adiadas e 1,8 milhões de euros de perdas.
Os sindicatos de enfermeiros mantêm a “greve cirúrgica” com início previsto para segunda-feira, mas admitem suspendê-la se o Governo confirmar antes do arranque da paralisação uma nova reunião negocial a 17 de janeiro.
A Ordem dos Médicos quer obrigar os hospitais onde decorre a "greve cirúrgica" a divulgar os dados das operações adiadas, para se saber quantos doentes foram afetados, quais as patologias e estado de gravidade.
A ministra da Saúde, Marta Temido, disse esta sexta-feira que as cirurgias adiadas devido à greve dos enfermeiros, que calculou em quatro mil, vão ser reagendadas a partir de 1 de janeiro de 2019.
O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) vai reunir-se na segunda-feira de manhã com os diretores dos cinco hospitais onde decorre a greve dos enfermeiros em blocos operatórios.
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Francisco Ramos, afirmou esta quinta-feira que a remarcação das cirurgias canceladas devido à greve dos enfermeiros “é prioritária” para minimizar o impacto desta situação nos doentes.
O primeiro dia de greve dos enfermeiros às cirurgias programadas adiou “praticamente todas” as operações, segundo o movimento que organizou a paralisação e que se diz motivado para continuar, enquanto não houver do Governo uma “vontade eficaz” para negociar.
Quase dois terços das cirurgias realizadas em Portugal já são feitas em ambulatório, um procedimento que quase triplicou nos últimos 15 anos, segundo o secretário de Estado da Saúde, que considerou este crescimento uma "pequena revolução".
A administração do Hospital da Horta, nos Açores, foi obrigada a cancelar cirurgias programadas, devido a uma avaria no sistema de climatização no bloco operatório, que já se arrasta há cerca de dois meses.
O número de cirurgias feitas no Serviço Nacional de Saúde aumentou 1,2% no ano passado, enquanto o número de episódios de urgência diminuiu 1,4%, segundo dados oficias hoje divulgados pelo Ministério da Saúde.
Uma ‘startup’ do Porto desenvolveu uns óculos que permitem gravar as cirurgias de forma não intrusiva e armazenar os dados multimédia numa biblioteca pessoal, podendo estes ser utilizados na formação dos cirurgiões.
O ministro da Saúde garantiu hoje que a suspensão de cirurgias de rotina por falta de camas em períodos de gripe é “totalmente normal” e uma “boa prática dos hospitais” como o de Tondela-Viseu.
O tempo médio de espera para uma cirurgia rondou os três meses no ano passado, quando se fizeram mais de 500 mil cirurgias, segundo um relatório publicado hoje pela Administração Central do Sistema de Saúde.