Segundo o documento, oficializado em maio e ao qual a Lusa teve hoje acesso, esta estratégia prevê o estudo da viabilidade da construção e lançamento de satélites de teledeteção remota, para observação da terra e meteorologia, por parte do Governo angolano, entre 2019 e 2025.
Em complemento, esse processo, uma das estratégias constantes do programa espacial angolano, implicaria ainda a construção de estações terrestres para receção direta de imagens de satélite.
Outras estratégias a implementar até 2025 preveem a implementação de um sistema de informação geográfica, um programa de observação da terra através de imagens de satélite, um sistema nacional de comunicações por satélite e o lançamento do AngoSat-1.
“A estratégia especial permitirá à República de Angola construir um edifício ambicioso e sustentável como instrumento do seu progresso socioeconómico e de afirmação internacional, cumprindo deste modo, de forma eficaz e inovadora, os propósitos estratégicos gerais e setoriais do país”, lê-se no documento.
O lançamento do AngoSat-1, primeiro satélite angolano, em construção na Rússia desde 2013 após uma década de negociações, está previsto para o terceiro trimestre deste ano, de acordo com o último anúncio feito pelo ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação de Angola.
A construção do satélite, que vai reforçar as comunicações nacionais e internacionais, está a cargo de um consórcio russo e arrancou a 19 de novembro de 2013, cerca de 12 anos depois de iniciado o processo. Essa construção deveria prolongar-se por 36 meses (novembro de 2016), calendário que o Governo angolano garantiu anteriormente estar a ser cumprido integralmente.
De acordo com o governante, a construção do satélite está concluída, mas decorrem ainda testes e fase de formação de especialistas para o operar. Por esse motivo, prevê que o AngoSat-1 estará em órbita no início do terceiro trimestre de 2017.
O AngoSat-1 vai disponibilizar serviços de telecomunicações, televisão, internet e governo eletrónico, devendo permanecer em órbita “na melhor das hipóteses” durante 18 anos.
“Não só vai prestar serviços à população, como a toda a região, vai também provocar uma revolução no mundo académico angolano, com a transferência de conhecimento”, explicou em maio último o ministro José Carvalho da Rocha.
Na mesma ocasião, o governante afirmou que a crise no país não vai condicionar o lançamento do primeiro satélite angolano, avaliado em 2013 em 37 mil milhões de kwanzas (mais de 200 milhões de euros, à taxa de câmbio atual).
“O satélite vai cobrir todo o continente africano e uma parte da Europa. Nós vamos ter capacidade para servir as nossas necessidades e prestar serviços a outros países da região de cobertura do AngoSat. Temos que procurar aqueles projetos que possam trazer divisas para o nosso país”, explicou o ministro.
Este projeto espacial envolve os governos de Angola e da Rússia e o centro de controlo em construção em Luanda será operado por 45 técnicos especializados.
O principal centro de controlo do primeiro satélite angolano estará localizado em Korolev, na Rússia.
A construção satélite envolve ainda cerca de 30 empresas subcontratadas e a formação na Rússia de técnicos angolanos para a sua operação.
O AngoSat-1 é um dos sete projetos previstos ao abrigo do Programa Espacial Angolano e que envolve a formação de quadros, a transferência de conhecimentos nesta área e o lançamento da Agência Espacial Angolana.
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