Em declarações à agência Lusa, a presidente executiva da SIBS, Madalena Cascais Tomé, explicou que a “atividade de fraude ou de cibercrime está a beneficiar em muito daquilo que são as evoluções tecnológicas e, de facto, tem havido progressos enormes em tudo aquilo que são novos formatos, novas configurações e novas abordagens”.
Por essa razão, a SIBS fez uma parceria com a empresa tecnológica IBM que criou “novos mecanismos de aprendizagem por parte de algoritmos já desenvolvidos”, que funcionarão em tempo real “com base na experiência, na verificação de circunstâncias passadas e do histórico [do utilizador] e também de informações que vão sendo captadas através de analistas”, explicou o presidente desta companhia, António Raposo de Lima.
O objetivo é que o “assistente inteligente” ajude a “prevenir e indicar determinados padrões que possam configurar um crime cibernético”, acrescentou.
António Raposo de Lima sustentou também que as novas ferramentas vão evitar “fraudes muito complexas”, como as que abrangem diferentes localizações geográficas e que têm tecnologia sofisticada.
Notando que já existem medidas para evitar fraudes ‘online, como a autenticação e o reconhecimento, Madalena Cascais Tomé referiu que estas ferramentas mais avançadas permitirão “atuar muito rapidamente sem que sequer [o crime] se materialize”.
“Se tudo correr bem, acho que os utilizadores não vão sentir absolutamente nada”, assinalou.
Prevê-se, assim, que este reforço dos sistemas de deteção de fraude em procedimentos ‘online’ como pagamentos, transferências e compras ocorra no primeiro trimestre do próximo ano, período no qual se adotarão medidas para os terminais de pagamento instantâneos.
Posteriormente, a SIBS e a IBM tencionam estender estes serviços a outros mercados e clientes, razão pela qual vão criar um centro tecnológico em Viseu, no quarto trimestre de 2018, no qual estarão analistas, programadores e outros funcionários a trabalhar em sistemas antifraude e anticrime que serão comercializados fora do país.
O objetivo é crescer “de forma sustentada”, segundo António Raposo de Lima.
Questionados sobre o investimento associado a esta parceria, os responsáveis da SIBS e da IBM escusaram-se a apontar valores.
O mercado de fraude está avaliado em cerca de 20 mil milhões de euros a nível global, tendo um potencial de crescimento de 50% até 2021.
Em Portugal, a incidência, de 0,006%, é cinco vezes abaixo da média europeia.
Ainda assim, segundo Madalena Cascais Tomé, existe um “peso predominante” da fraude ‘online’, que representa perto de 80% do total, enquanto as transações feitas na internet equivalem a cerca de 10 a 15%.
A responsável da SIBS adiantou que, “muitas vezes é possível atuar” quando estes crimes cibernéticos ocorrem, mas depende sempre da investigação, trabalho que é feito “em grande proximidade com as autoridades policiais”.
Comentários