A queixa-crime, para já nas mãos do advogado da candidata, será apresentada “contra desconhecidos”, mas Andreia Neto diz, em comunicado, que “tudo parece induzir que a disseminação torpe e vil daquelas conversas partiu da câmara municipal, porque parecem ser os únicos interessados em denegrir, pelo nervosismo que a nossa candidatura e a sua adesão lhe têm causado, e porque a base de dados utilizada só pode ter sido da câmara”.
Em resposta escrita à Lusa, e “face às declarações hoje proferidas pela candidata do PPD-PSD/CDS-PP”, a Câmara Municipal de Santo Tirso anunciou que vai avançar com uma queixa por difamação.
A candidata, em comunicado, explica: “Tivemos conhecimento que vários, senão todos os funcionários da Câmara Municipal de Santo Tirso, receberam nos endereços eletrónicos respetivos um conjunto de conversas entre mim e elementos da minha candidatura”.
"Não obstante serem falsas ou deturpadas e adulteradas, constituiriam sempre conversas privadas entre cidadãos”, acrescentou.
Em causa estão conversas por ‘email’ da candidata do PSD/CDS-PP que foram divulgados, “bem como a adulteração e falsificação de documentos”, uma situação que Andreia Neto considera “ultrapassar os limites da luta democrática”.
A candidata da coligação “Por Todos Nós” garante, no documento, que “não deixará passar impune esta violação da sua privacidade” e que não irá abdicar de “nenhum” dos seus “direitos fundamentais”.
Para a candidata, se se verificar que a "disseminação" do conteúdo da conversa partiu da autarquia, a "responsabilidade legal e política é do atual presidente da câmara” que “ como principal interessado” deve esclarecer “tudo o que se passou”.
Em comunicado, a Câmara Municipal de Santo Tirso “repudia veementemente as acusações e insinuações feitas pela candidata do PPD-PSD/CDS-PP acerca do envolvimento da autarquia neste processo”.
“A Câmara Municipal de Santo Tirso foi este sábado surpreendida pelas acusações da candidata do PPD-PSD/CDS-PP, sobre a alegada difusão de conversas particulares realizadas entre elementos do seu partido”, indica o documento.
A autarquia refere ainda que, “quando o executivo tomou conhecimento das conversas que envolvem a candidata do PPD-PSD/CDS-PP, por via das redes sociais, tomou a decisão de participar judicialmente o teor das mesmas, por considerar haver indícios de instigação à prática de ilícitos, à violação do segredo profissional, ao atentado ao bom nome e à integridade física, nomeadamente do presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso”.
“No entanto, e porque considera que este é um tema que deve ser tratado na justiça, não fez disso eco na praça pública, vendo-se agora obrigada a fazê-lo, como forma de desmentir categoricamente qualquer envolvimento da Câmara Municipal de Santo Tirso na difusão das conversas privadas”, acrescenta.
A autarquia refere ainda entender “que o período pré-eleitoral que se está a viver seja propício à demagogia e orquestrações políticas que visam denegrir e caluniar”.
“Da parte da Câmara Municipal de Santo Tirso, haverá sempre a responsabilidade de defender os reais interesses da população, não respondendo a quem procura instrumentalizar a população de forma tão leviana. Aliás, a Câmara Municipal de Santo Tirso não se deixa partidarizar, mantendo um bom relacionamento com todos os vereadores que compõe o executivo, entre os quais os vereadores da coligação PPD-PSD/PPM”, acrescenta.
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