António Costa anunciou esta sexta-feira as regras para ir à praia a partir do dia 6 de junho. O primeiro-ministro apresentou uma aplicação para o telemóvel, onde será possível verificar a ocupação das praias. O “semáforo” para smartphone vai indicar, consoante a cor, qual a melhor praia para ir a banhos em segurança.
Em Vila Nova de Gaia, porém, uma startup propõe uma abordagem mais literal ao conceito de semáforo — plantando um painel luminoso à porta da praia. O torniquete virtual da Smart City Sensor usa tecnologia baseada em radar para calcular a taxa de ocupação da praia, reproduzindo-a nas cores do semáforo.
O sistema vai permitir contar as entradas e saídas das praias e pode surgir nos areais já no próximo mês de junho. Segundo a empresa, já está em fase de aquisição por diversas entidades municipais.
“Esta tecnologia será instalada nas praias para supervisionar o acesso das pessoas evitando aglomerados, mas pode também ser utilizada em diversos cenários, tais como feiras, mercados e jardins. A contabilização será realizada em tempo real, o que permitirá organizar rapidamente os espaços monitorizados”, explica a startup nortenha.
O produto é 100% nacional e integra “um back office para visualização de dados em tempo real e possibilita emitir alertas para entidades municipais ou a Proteção Civil, quando o limite máximo de acesso estiver a ser excedido”.
Segundo a Smart City Sensor, este torniquete virtual não precisa de autorização especial para Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD), “pois a tecnologia é baseada em radar”.
A empresa explica ao SAPO24 que “o projeto é para ser instalado a nível nacional, dependerá apenas dos municípios a aceitação desta tecnologia pois são eles que tutelam as praias e acesso às mesmas”.
A gestão “cabe à Startup Smart City Sensor em conjunto com cada município”.
Esta startup tecnológica de Gaia “desenvolve soluções com objetivo de dar respostas às necessidades das cidades do futuro”.
A empresa já instalou a nível nacional Sistemas Autónomos de Monitorização Ambiental, Sistemas Free-Wifi personalizado autonomamente e Soluções Tracking.
“Estamos atentos à existência da IoT [internet das coisas], pois irá criar uma nova dinâmica no mercado, relacionada com dispositivos destinados a converter empresas em novos agentes digitais, mediante a criação de novos modelos”, descreve.
Ir à praia vai ser diferente
Esta sexta-feira, António Costa apresentou as regras para as próximas fases de desconfinamento, incluindo para o acesso às praias, a partir de junho.
Os utentes das praias devem assegurar um distanciamento físico de 1,5 metros entre diferentes grupos e afastamento de três metros entre chapéus de sol, toldos ou colmos, a partir de 6 de junho, determinou hoje o Governo.
Segundo o plano de desconfinamento divulgado após a reunião de hoje do Conselho de Ministros, durante a época balnear, na utilização do areal das praias estão "interditas atividades desportivas com duas ou mais pessoas, exceto atividades náuticas, aulas de surf e desportos similares".
Nos toldos, colmos e barracas de praia, "em regra, cada pessoa ou grupo só pode alugar de manhã (até 13:30) ou tarde (a partir das 14:00)", com o máximo de cinco utentes.
Ao contrário de anos anteriores em que a época balnear arrancava em 01 de junho, este ano começa em "06 de junho", devido à situação de pandemia da covid-19, determinou o Conselho de Ministros.
Relativamente ao estado de ocupação das praias, vai existir “sinalética tipo semáforo”, em que a cor verde indica ocupação baixa (1/3), amarelo é ocupação elevada (2/3) e vermelho quer dizer ocupação plena (3/3).
Segundo o Governo, a informação sobre o estado de ocupação das praias vai ser “atualizada de forma contínua, em tempo real”, designadamente na aplicação ‘Info praia’ e no sítio na internet da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
Neste âmbito, vai estar “interdito o estacionamento fora dos parques e zonas de estacionamento ordenado” para acesso às praias.
Nos bares, restaurantes e esplanadas terão de ser feitas, no mínimo, quatro limpezas diárias e limitadas a 50% de ocupação. Vai ser também possível a reorganização das esplanadas para assegurar distanciamento de segurança.
Quanto às bolas de Berlim e similares, ou seja, a venda ambulante, passa a ser obrigatório o uso de máscara e viseira pelo vendedor no contacto com os banhistas. A circulação de vendedores ambulantes deve fazer-se com distanciamento físico e, preferencialmente, pelos corredores de circulação.
Fica ainda Interdito o uso de gaivotas, escorregas ou chuveiros interiores. No caso dos chuveiros exteriores, espreguiçadeiras, colchões ou cinzeiros de praia devem ser higienizados diariamente ou sempre que ocorra a mudança de utente.
Os banhistas ficam obrigados a evitar o acesso a zonas com ocupação elevada ou plena; a proceder à desinfeção regular das mãos e obrigatoriamente na chegada à praia; e a assegurar o distanciamento físico de segurança na utilização da praia e no banho.
Além destas medidas devido à pandemia da covid-19, o Governo prevê a possibilidade de interdição da praia, “por motivo de proteção da saúde pública, em caso de incumprimento grave das regras pelas concessionárias ou pelos utentes”.
Portugal contabiliza 1.190 mortos associados à covid-19 em 28.583 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
Relativamente ao dia anterior, há mais seis mortos (+0,5%) e mais 264 casos de infeção (+0,9%).
Das pessoas infetadas, 673 estão hospitalizadas, das quais 112 em unidades de cuidados intensivos, e o número de casos recuperados é de 3.328.
Portugal entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.
O Governo aprovou hoje novas medidas para entrarem em vigor na segunda-feira, incluindo as visitas a lares, a reabertura das creches e dos equipamentos sociais de apoio à deficiência, aulas presenciais para o 11.º e 12.º anos, e a reabertura de algumas lojas de rua, cafés, restaurantes, museus, monumentos e palácios.
*Com Lusa
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