Escreve a Business Insider (BI) que a China está a desenvolver um vasto sistema de ranking, com base em créditos sociais, e que este deverá estar concluído em 2020.

Anunciado em 2014, este ranking reforça a ideia de que "manter a confiança é glorioso, e quebrá-la é uma desgraça".

Apesar de ainda não estar totalmente operacional, o projeto-piloto já está a ser testado em milhões de pessoas e é de cariz obrigatório.

O algoritmo por detrás deste ranking não é conhecido, mas os créditos de uma pessoa podem aumentar ou diminuir consoante as infrações que cometa, desde conduzir em excesso de velocidade, a fumar em zonas onde não é permitido.

Escreve a The Atlantic que o sistema monitoriza os padrões de consumo, atividades nas redes sociais e infrações no mundo real. Cada cidadão recebe um código de identificação, composto por letras e números, e este código dá acesso a toda a informação que concerne o indivíduo e, em última instância, condiciona as oportunidades que tem ao longo da sua vida, as suas liberdades ou os privilégios que tem, como por exemplo viajar.

O objetivo declarado pelo governo chinês deste sistema era de identificar corrupção governamental e combater a contrafação de produtos.

O sistema ainda não está centralizado, sendo gerido pelas autoridades camarárias e por tecnológicas privadas capazes de recolher e tratar dados pessoais, adianta a BI.

O impacto de um sistema desta natureza na vida social ainda não é conhecido, mas antecipa-se que seja profundo. O sistema, uma vez desenvolvido, poderá, em teoria, ser replicado noutras partes do mundo, uma vez que não existe nenhuma característica distintamente chinesa que o impeça.

De referir que a China está neste momento a criar também um sistema de vigilância capaz de reconhecer qualquer um dos seus cidadãos em apenas três segundos. Segundo uma estimativa, a China terá mais de 600 milhões de câmaras de CCTV em 2020.

A par, foram testados em fevereiro óculos com software de reconhecimento facial que permitem à polícia identificar alegados criminosos entre a multidão, de acordo com o jornal oficial do Partido Comunista Chinês, o People's Daily. A tecnologia foi utilizada nas estações de comboio da megacidade de Zhengzhou.

Os óculos, muito similares aos Google Glass, desenvolvidos pela LLVision Technology, sediada em Pequim, foram lançados no início deste ano e já terão ajudado a identificar sete alegados criminosos.

Os óculos estão ligados a uma base de dados de suspeitos, sendo que nesta fase não é claro quando tempo demora a informação a ser obtida pelo dispositivo.

Todavia, no período dos primeiros testes, segundo o CEO da LLVision, Wu Fei, o sistema conseguia identificar alguém de uma base de dados de 10 mil indivíduos em 100 milissegundos.