Segundo informou esta quinta-feira a Agência Oceânica e Atmosférica (NOAA, em inglês), este "importante" aumento explica-se em especial pelo surgimento da corrente marinha quente do Pacífico conhecida como El Niño. Esta corrente reaparece a cada três a cinco anos e provoca mudanças em florestas e outros ecossistemas terrestres, que reagem a modificações no clima e ao aumento das precipitações, explicou a NOAA.

A agência recordou que o aumento de CO2 mais marcado até hoje tinha sido em 1998, um ano no qual o El Niño também foi muito intenso. "O impacto do El Niño nas concentrações de CO2 é um fenómeno natural de curta duração", apontou o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Petteri Taalas. "Mas as emissões de gases de efeito de estufa provenientes das atividades humanas são o principal fator de longo prazo que justifica o aumento do CO2 atmosférico. Temos os meios e a responsabilidade de reduzí-los", afirmou em comunicado.

A OMM publicará em novembro um relatório sobre as concentrações de gases de efeito de estufa no planeta, com dados provenientes de 50 países, onde se incluem estações de grande altitude como os Alpes, os Andes e os Himalaias, assim como do Ártico, da Antártida e do sul do Pacífico.

Mas já se sabe que em janeiro e fevereiro de 2016 a concentração mensal média de CO2 no planeta superou o limite simbólico de 400 ppm. Em fevereiro, o nível estava em 402,59 ppm, segundo a NOAA. Em março de 2015, a concentração mundial média mensal de CO2 na atmosfera superou pela primeira vez a barreira dos 400 ppm.

Até à chegada da revolução industrial e à generalização do uso massivo de energias fósseis, essa taxa não superou os 300 ppm - portanto, durante pelo menos 800.000 anos. O observatório de Mauna Loa é a estação mais antiga de medição atmosférica e é considerada um local de referência para a rede da OMM.