É provável que não se vá conseguir evitar todos os acidentes do mundo, porém, o big data pode ajudar a reduzir significativamente o número de acidentes, ou a dar uma resposta mais rápida e eficaz quando eles acontecem. Várias empresas e governos têm adotado sistemas de análise de dados para identificarem riscos e oportunidades.

Cidades inteligentes para evitar os problemas

Os programas de controlo de tráfego automóvel das chamadas 'smart cities' - localidades que põem os vários sistemas reguladores do trânsito a comunicar entre si, e que analisam também dados da meteorologia, por exemplo - podem contribuir para que sejam tomadas decisões que melhorem as condições de deslocação. Como? Se por exemplo a análise dos dados revelar que há um determinado ponto da cidade - uma praça ou uma via rápida, ou o que quer que seja - onde começa a haver maior acumulação de tráfego, então os semáforos podem ser regulados de forma a escoar mais rapidamente esses pontos congestionados. Sabendo também quais as condições atmosférias e os riscos que elas acarretam, podem tomar-se decisões mais informadas.

A recolha de informação a partir dos próprios condutores - onde estão, a que velocidade conseguem deslocar-se - pode também ajudar estes sistemas a analisar e tomar decisões, agindo preventivamente. Ou seja: mais do que resolver as filas de trânsito depois de elas se terem instalado, a ideia é evitar que elas cheguem a formar-se. E menos congestionamento leva a menos acidentes e mais segurança rodoviária.

Segundo um estudo publicado em março deste ano, que analisou os dados anónimos dos telemóveis de milhões de condutores em várias cidades do mundo, seria possível reduzir até 30% o tempo perdido no trânsito se um pequeno número de condutores fosse desviado para rotas alternativas.

Um caso: o programa CRASH

Nos Estados Unidos, a polícia rodoviária do Tenessee adotou o programa "Reduction Analyzing Statistical History (CRASH)" que analisa dados como padrões meteorológicos, histórico de acidentes, agenda de jogos de futebol e outros eventos especiais e a localização dos estabelecimentos que vendem álcool para determinar os lugares com maior potencial para ocorrerem acidentes.

Identificados os locais de "risco", são enviados polícias rodoviários para controlar as condições de tráfico e garantir que os motoristas conduzem de forma segura.

Assim, mesmo se ocorrer um acidente, a assistência é quase imediata pois há policias de prevenção no local. De acordo com o Times Free Press, o CRASH é uma prova de que o big data é útil para a segurança nas estradas. O número de vítimas mortais em acidentes de viação naquela zona caíu mais de 5%. Segundo a polícia do Tenessee, o CRASH tem uma taxa de precisão de 72%. Dado que o sistema continua a evoluir, é provável que esta precisão aumente.

Carros de condução automática

Seja por fadiga, distração ou álcool, é sabido que a maioria dos acidentes na estrada são causados pelo homem. Neste sentido, há quem defenda que os carros automáticos poderão ajudar a reduzir o número de acidentes. Mas como?

Estes carros processam dados do ambiente ao seu redor que podem indicar que um acidente está prestes a acontecer. Comparativamente ao ser humano, os carros automáticos conseguem identificar situações de perigo mais depressa que o homem e reagir em conformidade. Vários especialistas acreditam que o número de acidentes nas estradas poderá reduzir até 90% com a massificação destes carros automáticos.

Aplicações úteis para o condutor

Várias aplicações para o smartphone podem ajudar os condutores a melhorar a qualidade das suas viagens e com isto evitar situações de stress. A app Waze sugere a melhor forma de chegar ao destino através da informação partilhada por outros utilizadores. Os condutores avisam-se uns aos outros sobre acidentes rodoviários, perigos na estrada, localização das brigadas de trânsito ou preços de gasolina.

Existe ainda uma aplicação portuguesa que procura consciencializar para o perigo de utilizar o telefone durante a condução, a ShakeSend. A Shakesend procura automatizar o envio de mensagens, sem ser preciso olhar para o telemóvel. O envio pode ser feito através de um abanão no dispositivo ou através de um toque, mesmo que o dispositivo esteja no bolso, minimizando a distração do condutor.

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