“O segredo é a alma do negócio”. A frase é repetida um milhão de vezes por quem está no mercado na pele de investidor ou de trader [negociador], com conhecimento de causa, à procura do melhor investimento. No entanto, este mesmo chavão que possibilitou que poucos tenham tido acesso a muito parece ter os dias contados. E a “culpa” é, entre outras, da eToro, plataforma de trading de multiativos e investimento.

Uma fintech [empresa que conjuga finanças e tecnologia] de origem israelita fundada em 2007, com 11 milhões de utilizadores em 140 países, procura democratizar o investimento e abrir os mercados financeiros a todos através de uma “plataforma de multiativos, onde cabem do mais tradicional como obrigações, títulos, matérias-primas, divisas, ETFs [Exchange-Traded Funds], que estão na plataforma eToro, aos mais disruptivos, como criptomoedas, criptoativos e outras soluções de investimento social como os copyportfolios [carteiras inteligentes de investimento], incluídos na eToroX”, referiu, ao SAPO24, Tali Salomón, diretora do mercado ibérico da eToro.

Agora o segredo está na “inteligência coletiva”, adiantou. “Hoje com a comunicação tudo se sabe. Nos mercados sabemos tudo e sabemos o que se está a passar a todos os minutos”, acrescentou a responsável que esteve na quarta edição da Web Summit, em Lisboa.

Copiar ou ser copiado num jogo aberto

Considerada uma das melhores inovações disruptivas em gestão de investimento no último World Economic Forum, é no trading social que esta fintech, presente no Chipre, Londres, Portugal, Austrália e China, coloca a chave da transformação da indústria de ativos.

A componente social democratiza a gestão da riqueza, permitindo que investidores individuais construam e partilhem estratégias e carteiras de investimento com outros investidores. Num campo aberto a todos, em que os utilizadores se dividem em dois grupos – os que copiam e os que são copiados –, “pode-se (através da ferramenta CopyTrader) copiar ou seguir os outros”, explicou Tali Salomón. “Sabem-se as percentagens daqueles que estão a investir quando se vê o perfil de um investidor. Sabe-se a rentabilidade, portfolio e exposição a certos investimentos, mas não se pode ver quanto investiu. Há segurança”, garantiu a responsável pelo mercado português que, por si só, representa “8% do total dos clientes da região iberoamericana”, um dado que, somado aos 15% do Brasil, significa que os clientes da língua portuguesa “correspondem a 23% do total”, explica a fintech em comunicado.

“Devemos ter acesso e conhecimento, ou delegar a quem conhece”, salientou, hoje em palco, Yoni Assia, CEO da eToro, durante a discussão do tema “saúde financeira” dos investidores individuais, num painel que juntou ainda Matthieu Favas, da CreditStacks.

Carteiras inteligentes e automatizadas

Nas questões de seguidismo ao nível de investimentos, a eToro disponibiliza ainda carteiras inteligentes e automatizadas de investimento. Graças aos algoritmos de aprendizagem automática e à inteligência artificial, possibilitam o acesso ao investimento em copyportfolios temáticos, o que permite, por exemplo, a exposição a setores como as energias renováveis, as grandes tecnológicas, os criptoativos, empresas de gaming, de genética, ou mesmo a indústria do canábis, ou à experiência dos melhores traders da plataforma.

“Personalizamos a plataforma e criamos limites. Para que quem não tenha conhecimentos não arrisque tudo em certos produtos”, sumariou Yoni Assia.