A primeira Global Exploration Summit (GLEX), coorganizada por Portugal e pelo Explorers Club (Clube de Exploradores), que, segundo Ana Mendes Godinho, é um clube com mais de 30 localizações pelo mundo "que reúne, no fundo, todos aqueles que consideram ser os pioneiros e os maiores exploradores na sua arte”, vai realizar-se em Lisboa de 3 a 5 de julho.

Os 500 anos da circum-navegação de Magalhães e os 50 anos da chegada do Homem à Lua são o mote para Lisboa ser o palco da cimeira Global Exploration Summit que terá cerca de 400 participantes de todo o mundo, considerados pioneiros, descobridores ou influenciadores das ciências, artes ou tecnologias.

O programa irá ser apresentado dentro de duas semanas, disse à Lusa o responsável pela organização da GLEX 2019, Manuel Vaz, que garantiu também a realização do mesmo tipo de encontro em 2021, em local e data ainda a anunciar.

O anúncio oficial da cimeira de julho foi feito pela secretária de Estado do Turismo para mais de 1.500 pessoas de diversas áreas profissionais, no 115.º jantar anual do Clube de Exploradores, realizado na noite de sábado (madrugada de domingo em Lisboa) no Marriott Marquis, no coração de Nova Iorque.

O Clube de Exploradores é uma sociedade com sede em Nova Iorque e com 32 secções internacionais, que endereçou uma carta ao primeiro-ministro português, António Costa, demonstrando interesse em assinalar o quinto centenário da circum-navegação comandada pelo navegador português Fernão de Magalhães.

Na gala do Clube de Exploradores estiveram presentes os 10 astronautas vivos das missões Apollo da NASA, cada um dos quais recebeu do Governo português uma garrafa de vinho do Porto de 50 anos, simbolizando 500 anos da circum-navegação.

A secretária de Estado do Turismo disse, em entrevista à agência Lusa, que Lisboa vai ser “um ponto obrigatório entre vários continentes” e entre várias áreas profissionais, com o objetivo de que os participantes possam encontrar formas de dar resposta aos “vários desafios do planeta”.

“A cimeira de Lisboa vai ser um ponto de encontro de exploradores do mundo que vão escolher Portugal para se encontrarem e para discutirem também os grandes desafios que, neste momento, o mundo e a Terra enfrentam”, disse Ana Mendes Godinho, dando como exemplos a sustentabilidade, os oceanos ou as alterações climáticas.

Segundo o organizador da GLEX em Portugal, Manuel Vaz, fundador e diretor da Expanding World, a cimeira em Lisboa vai focar-se nas gerações mais jovens e “na nova geração de portugueses que daqui a 40 anos podem, eventualmente, sonhar em trabalhar em Marte”.

Manuel Vaz explicou à Lusa que haverá “muitas formas de envolvimento com a comunidade” que chamam à participação de academias e centros de conhecimento portugueses e também estão a ser preparadas surpresas.

O programa, que deverá ser apresentado no início de abril, vai contar com diversos momentos “paralelos”, um dos quais será uma reunião de cientistas das 33 secções mundiais do Clube de Exploradores, chamada pelos organizadores de “Davos da exploração mundial”, em alusão ao Fórum Económico Mundial de Davos, na Suíça.

Entre 3 e 5 de julho vai ser escolhido um dia aberto ao público, para que uma maior audiência possa ouvir e participar na GLEX, garantiu o responsável pela organização, acrescentando que vão ser divulgadas outras atividades paralelas que se vão prolongar para além destas datas.

A GLEX terá programas para diversos temas, tais como “espaço, oceanos, conservação da natureza, arqueologia, tecnologia, inovação”, disse Manuel Vaz, prevendo assim uma “concentração incrível de mentes que fazem o mundo avançar”.

José Manuel de Carvalho Marques, nomeado em 2017 pelo Governo português para presidir à Estrutura de Missão para as Comemorações do V Centenário da Circum-Navegação, disse à Lusa que da cimeira GLEX deverá sair uma resolução coletiva, “quase como uma matriz de referência” com as linhas orientadoras da forma como os desafios mundiais têm de ser respondidos.

O encontro mundial que acontecerá em Lisboa pretende ser também “uma inspiração” para que as academias e universidades portuguesas “interajam com todas as demais nos grandes desafios da exploração do futuro”, disse José Manuel de Carvalho Marques, antigo presidente da Câmara Municipal de Sabrosa.

José Marques revelou também que existe a perspetiva da criação de um prémio monetário para “incentivar importantes projetos de investigação”.

“As explorações, sobretudo a expansão marítima que Portugal veio a desenvolver e foi uma grande referência ao nível da história universal, só acontecem porque Portugal foi um país que valorizou o conhecimento, a curiosidade científica, a inovação, o empreendedorismo”, disse José Manuel de Carvalho Marques.

A GLEX será, assim uma ponte entre o passado, o presente e o futuro.

“O que pretendemos agora é fazer esta ponte com o presente e projetarmos coletivamente um futuro. E coletivamente é com toda a comunidade científica”, frisou José de Carvalho Marques.

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