Como noticia o New York Times, a iniciativa foi anunciada na terça-feira, 18 de setembro, por advogados do American Civil Liberties Union (ACLU) perante a Equal Employment Opportunity Commission (Comissão de Oportunidade Igual de Emprego), assim como por outro sindicato, o Communications Workers of America.

As queixosas acusam o Facebook de permitir anúncios de emprego dirigidos apenas a homens, de forma a que perfis detidos por mulheres não os possam ver na plataforma. Também garante que os trabalhos propostos são de âmbito geralmente masculino, como para camionistas ou instaladores de janelas, excluindo candidatas.

Segundo a ação, esconder anúncios de emprego de um género inteiro é uma violação da Lei dos Direitos Civis de 1964, que tornou ilegal a discriminação com base em género, raça ou outras características contra trabalhadores e candidatos por parte dos empregadores.

Os advogados envolvidos no caso descobriram esta situação ao supervisionar um grupo de candidatos que fez pesquisas de emprego através das suas contas de Facebook e "clicaram" em vários anúncios.  Em cada anúncio é possível obter uma explicação de porque é que o algoritmo da rede social escolheu determinado utilizador para ver aquele anúncio em particular.

Nos casos discriminatórios, os candidatos descobriram que esses anúncios apareciam porque eles eram homens, normalmente de uma determinada idade e em determinada localização que eram desejáveis pelo empregador. Este tipo de anúncios é permitido através de um modelo de micro-segmentação que o Facebook proporciona na sua plataforma.

O porta-voz da Facebook, Joe Osborne, afirmou num comunicado à CNN Money que não há lugar para discriminação no Facebook. "Está estritamente proibida nas nossas políticas e, no último ano, reforçámos nosso sistema para evitar qualquer equívoco", garantiu Osborne.

No entanto, já no passado a empresa tinha sido alvo de críticas por permitir a senhorios discriminar consoante a possível raça dos pretendentes a inquilinos e a agentes políticos criar campanhas de propaganda política dissimulada.

Como tem sido comum na sua política, o Facebook disse não ser legalmente responsável por anúncios que violam a lei, citando a lei federal Communications Decency Act, que protege as empresas de internet de ter responsabilidade perante conteúdos criados por terceiros. Contudo, o que os grupos queixosos têm alegado é que estes conteúdos não são de terceiras partes porque foi a empresa que criou a tecnologia que permite essa micro-segmentação.

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