“O fundador e CEO do Facebook aceitou o nosso convite e estará em Bruxelas assim que for possível, esperemos já na próxima semana, para se encontrar com os líderes dos grupos políticos”, bem como os responsáveis pelo Comité para as Liberdades Civis, Justiça e Assuntos Internos, anuncia o líder do Parlamento Europeu (PE) em comunicado.

“Os nossos cidadãos merecem uma explicação completa e detalhada”, acrescenta Tajani, felicitando a decisão de o norte-americano “aparecer em pessoa perante os representantes de 500 milhões de europeus. É um passo na direção certa para restaurar a confiança”, pode ler-se.

“A prioridade do Parlamento é assegurar o funcionamento adequado do mercado digital, com um elevado nível de proteção dos dados pessoais, regras efetivas de direitos de autor e a proteção dos direitos dos consumidores. Os gigantes da Web têm de ser responsáveis pelo conteúdo que publicam, incluindo notícias visivelmente falsas e conteúdo ilegal”, diz ainda.

“A liberdade deve ser sempre acompanhada de responsabilidade”, conclui.

Contactado pela AFP, o Facebook disse que a reunião no Parlamento Europeu é uma oportunidade para "dialogar, ouvir os seus pontos de vista e mostrar as medidas" tomadas pelo gigante da Internet "para melhor proteger a privacidade das pessoas".

Desde 20 de março, com o escândalo Cambridge Analytica, o nome da empresa que inadvertidamente explorava os dados de dezenas de milhões de utilizadores do Facebook, que Tajani convidava o CEO do Facebook a explicar-se perante os eurodeputados.

Mas Mark Zuckerberg, que testemunhou durante dez horas perante as autoridades americanas no mês passado, propôs inicialmente que fosse um vice-presidente que comparecesse perante os deputados europeus.

O medo de uma manipulação eleitoral por meio de informações pessoais recuperadas das redes sociais aumentou o escândalo Cambridge Analytica, que trabalhou para a campanha presidencial de Donald Trump em 2016.