A árvore da vida permite categorizar as diferentes forma de vida, agrupando as que apresentam características semelhantes – e assim, por exemplo, distinguir o grupo dos répteis do dos anfíbios. Jill Banfield e os outros cientistas responsáveis por esta nova árvore – se quisermos manter a ideia da 'árvore', apesar das diferenças óbvias na forma – partiram da análise de genomas de bases de dados públicas e de mais de 1000 genomas reconstruídos a partir duma série de ambientes.

Imagem:Laura A. Hug, Jillian F. Banfield et al, e Nature Microbiology

Este estudo mostra a dimensão do grupo das bactérias, quando comparado com os restantes. Não é novidade que a maioria da vida na Terra é composta por organismos unicelulares, mas a análise revela que é aí que há a maior variedade e que um grande número de bactérias faz parte de um grupo que nunca foi observado nem cultivado em laboratório. Sabe-se que existem porque o seu ADN está misturado, e pode ser encontrado, no ADN de outras formas de vida que partilham o mesmo ecossistema. Destaca-se o ramo das "candidate phyla radiation", um grupo de bactérias cuja diversidade recorde se pode dever ao facto de terem surgido cedo na história da vida e à sua rápida evolução.

Tradicionalmente, estas representações da árvore centravam-se nos Eucariotas, o grupo onde estão os fungos, as plantas e os animais - incluindo, claro, os seres humanos. As amostras de genomas de ambientes que estavam até agora por analisar e os novos métodos de investigação nesta área permitem-nos, pois, mudar o nosso conhecimento da diversidade da vida – e fazem-nos repensar o nosso lugar no conjunto. Podemos sempre apontar para o grupo mais discreto de linhas verdes que aparecem na parte de baixo da imagem e dizer que "estamos aqui".