Pelos corredores e com umas luzes ultravioletas atrás, Júlia é um robot móvel que quer descontaminar espaços de grande dimensão, como unidades de saúde, fábricas, escritórios ou centros comerciais no país inteiro. A solução recorre a radiação ultravioleta e permite uma desinfeção do ar e superfícies de forma eficaz, segura e autónoma.
A ideia surgiu depois de um enfermeiro no Hospital de Beja ter pedido soluções que facilitassem o trabalho das equipas de saúde, especialmente em tempos de pandemia. A iniciativa que resultou desse pedido ainda está em desenvolvimento, mas está prevista ser lançada até ao final do ano.
O projeto está a ser desenvolvido por uma equipa multidisciplinar de investigadores do UNINOVA - Instituto de Desenvolvimento de Novas Tecnologias da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Instituto Politécnico de Beja e por elementos da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, em Beja, contando com o apoio financeiro da SOMINCOR, concessionária das minas de Neves-Corvo.
O robot será completamente automatizado, ou seja, ligar-se-á sozinho e quando estiver com pouca bateria regressará à base de carregamento. Uma vez que os seres humanos são igualmente sensíveis aos raios ultravioletas, quando o robot está operacional a sala tem de estar vazia.
"Saem os médicos, entra o robot. Quando está pronto vem se embora e passa para outra sala”, explica José Barata, coordenador do grupo de investigação de robótica móvel (RICS) do UNINOVA – Centro de Tecnologia e Sistemas (CTS), onde o robot está a ser desenhado.
E porquê Júlia? A explicação é simples. No tempo do domínio romano da Península Ibérica, Pax Julia era o nome da cidade de Beja, onde surgiu a ideia deste robot inicialmente.
Mas não querem ficar por aí. José Barata admite que a Júlia poderá ter mais irmãos e irmãs no futuro. “Queremos tornar isto numa fraternidade de robots”, admite.
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