Brad Smith, que falava hoje na Web Summit sobre o desafio da cibersegurança, tem vindo a defender a necessidade de um acordo global entre os países, com regras definidas, para combater o cibercrime, numa altura em que o digital faz parte da vida das pessoas e no ano em que o mundo assistiu a ataques informáticos num nível nunca antes visto.
Na sua intervenção, o presidente da Microsoft recordou a quarta Convenção de Genebra, assinada após o fim da II Guerra Mundial, que acrescentou a proteção dos civis em tempo de guerra.
As convenções de Genebra regulam a conduta dos países em tempo de guerra e pretendem proteger os feridos no campo de batalha, civis não combatentes, prisioneiros de guerra e marinheiros naufragados.
“Temos de olhar para trás e buscar inspiração no passado”, afirmou Brad Smith.
“O que precisamos para o século XXI é de uma nova Convenção de Genebra digital”, sublinhou, defendendo a necessidade de que os “governos do mundo reconheçam que algumas leis têm de ser criadas” e que aceitem a sua parte de responsabilidade no que acontece no mundo digital.
“Temos de nos unir e trabalhar em conjunto (…) e prometer que iremos cumprir certos princípios”, entre os quais que “não ajudaremos países a atacar clientes em qualquer lugar”, afirmou, num momento em que arrancou uma salva de palmas da audiência.
“Igualmente temos de prometer e criar sistemas de segurança para os clientes em qualquer lugar para responder aos ciberataques”, acrescentou.
No início da sua intervenção, Brad Smith afirmou que o futuro de setores como a saúde, educação ou emprego é digital
“A tecnologia digital tornou-se o pilar das nossas vidas e isso levanta uma questão fundamental para todos nós: como protegemos o mundo”, questionou.
Apontou que o dia 12 de maio deste ano foi “um despertar” sobre as ameaças do cibercrime: houve um ataque a 200.000 computadores em 150 países.
“Na história da Humanidade não houve um único ataque a vários lugares ao mesmo tempo” como naquele dia, sendo que um mês depois aconteceu outro na Ucrânia, prosseguiu. Daí a urgência de medidas globais contra os ataques no mundo digital.
E lembrou que há “uma partilha de responsabilidade”, entre empresas e clientes, já que 90% dos ataques “são feitos da mesma maneira: começam num ‘e-mail'”.
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