Mitch Lowe, que foi um dos fundadores da Netflix e agora lidera a empresa de subscrições, adiantou, à margem da conferência Vertex, organizada pela Porto Business School, que o objetivo deste serviço que, para já, funciona apenas nos EUA, é fazer face às necessidades de “quem gosta de cinema” e que tem assim mais opções para escolher os filmes que pretende, por dez dólares por mês.
Um dos próximos passos na estratégia de Mitch Lowe é a internacionalização, na qual o mercado português poderá estar abrangido.
Para Lowe, os mercados estrangeiros fazem todo o sentido, até porque as promoções em cinemas nos Estados Unidos da América são limitadas a 20%.
O MoviePass, serviço de subscrição de bilhetes de cinema, tem estado nas notícias, nem sempre “pelas melhores razões”, admitiu, em declarações à Lusa, referindo-se ao facto de o serviço ter ficado sem dinheiro (e sem bilhetes) repentinamente, numa questão que já foi resolvida.
O empresário culpou os donos dos cinemas e as produtoras “que têm feito o possível para [os] parar", depois de a empresa ter comprado uma fatia dos bilhetes para os filmes que estavam a ser exibidos.
Durante a conferência, Mitch Lowe falou, sobretudo, da sua experiência enquanto fundador da Netflix, uma empresa “disruptora” de si própria, porque começou a distribuir DVD e depois avançou para o serviço de ‘streaming’, que praticamente acabou com esse negócio, declarou.
“A Netflix está em 130 países, mais de 50% dos subscritores estão fora dos EUA. Conta com cerca de 125 milhões de subscritores”, avançou Lowe.
“É tão fácil construir um negócio baseado na resolução de um problema que já temos”, disse o empresário, explicando que muitas empresas não reconheceram isso, como a Blockbuster, que não quis colaborar com a Netflix no início.
Lowe disse ainda que o futuro passa por conteúdos mais curtos e por uma segmentação ainda maior, como por exemplo um serviço com séries nórdicas de mistério, que mostrou.
“Os negócios estão a mudar tanto e de forma tão imprevisível que é impossível antecipar as tendências e perceber onde vamos estar daqui a cinco anos. Não podemos ter medo da decisão errada”, acrescentou o empresário.
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