Por esta altura, todos o sabemos: vivemos tempos particularmente difíceis e problemáticos. Uma coisa que aprendemos ao trabalhar com empreendedores e startups é que as ideias surgem em força quando há um problema por resolver. Foi assim que apareceu o Movimento Tech4Covid19, que já está a dar os primeiros frutos e a propor as primeiras soluções para apoiar os profissionais de saúde que estão na linha da frente a combater a pandemia do novo coronavírus.

Aquilo que começou por ser um canal de Slack para se discutir formas de ajudar a mitigar a pandemia tornou-se numa comunidade com mais de duas mil pessoas e cerca de duas centenas de entidades diferentes, todas a colaborar com um objectivo em comum. Os projetos foram surgindo, organizando-se de forma a concentrar o talento disponível na execução: de bots para chats que possam prestar suporte à linha SNS 24, passando por campanhas de angariação de fundos para comprar equipamento médico ou por aplicações que monitorizem a evolução do vírus na sociedade portuguesa.

"Acho Que Vais Gostar Disto" é uma rubrica do SAPO24 em que sugerimos o que ver, ler e ouvir.

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Esta comunidade focou-se em fazer o caminho do empreendedor e em impactar positivamente a nossa comunidade. Este será o primeiro texto sobre o que o movimento tem conseguido (que esperamos que não fique por aqui).

Estes são os projetos já em funcionamento:

Campanha de angariação de fundos

O primeiro projeto dispensa explicações: os fundos angariados nesta campanha (pode ajudar aqui) servem para comprar máscaras, luvas, fatos e ventiladores. Ou seja, equipamento fundamental para apoiar os profissionais de saúde e garantir que os mesmos têm tudo para lutar, em segurança, contra a pandemia.

Segundo dados revelados pela Ordem dos Médicos a 17 de março, 20% dos infetados pelo Covid-19 são médicos. Estas são as figuras essenciais nesta luta, e quem mais precisa de proteção — porque são eles que estão na linha da frente a tentar proteger-nos.

WeMoveIt da LUGGit

A ideia é simples: vamos manter as ruas vazias. Nem sempre ideias simples são fáceis de concretizar, mas neste caso pede-se a pessoas que fiquem em casa e usem a WeMoveIt para transportar bens entre pessoas. O serviço custa 2,5 euros, dinheiro que reverte na totalidade para os voluntários (denominados de ‘keepers’) que o prestam.

Esta ideia parte da LUGGit, uma startup dedicada a recolher, guardar e levar bagagens. A LUGGit está à procura de keepers para ajudarem nesta causa e estenderem o serviço a mais distritos — neste momento, o WeMoveIt fica-se pelas zonas de Lisboa e Porto.

Triagens médicas da Gyant e Zaask

O Serviço Nacional de Saúde está a trabalhar a todo o vapor para atender quem mais precisa de assistência — e o desafio surge aqui, na identificação de pessoas que necessitam de ir ao hospital. A triagem feita por plataformas online pode ser uma ajuda preciosa para o SNS e todos os serviços que lhe prestam suporte.

A Gyant é uma startup que desenvolve, por via da Inteligência Artificial, serviços médicos em parceria com hospitais, clínicas e profissionais de saúde. Para ajudar a combater a pandemia, lançou um serviço de triagem virtual dedicado. Ligando médicos e pacientes por videochamada, onde é feito um despiste por via de uma série de perguntas (entre 10 e 15) e determinados os próximos passos a dar.

A esta startup junta-se a Zaask, que tem uma solução semelhante que funciona a partir da sua plataforma Visor.ai. Esta plataforma tem um chatbot (um mecanismo de conversação automático) que faz uma primeira triagem e reencaminha os pacientes caso haja fortes suspeitas de uma possível infeção por Covid-19.

Consultas médicas gratuitas pela BetterNow e Knok Healthcare

Startups da área de health tech (empresas que usam a tecnologia ao serviço da saúde) têm-se mobilizado para apoiar o Movimento Tech4Covid19 e muitos dos principais projetos lançados partem destas tecnológicas. O acesso a profissionais de saúde é a especialidade destes dois serviços lançados nos últimos dias.

O primeiro é da BetterNow e consiste numa aplicação para Android e iOS que permite fazer consultas online, que neste momento são gratuitas. A solução que propõem é simples: médicos voluntários são conectados com pacientes à procura de ajuda.

A Knok Healthcare, por seu lado, também tem uma aplicação, disponível nas mesmas plataformas, mas trabalha com cerca de 190 médicos que dão consultas online através da sua plataforma. Esta solução pede uma criação de conta na aplicação, mas as consultas também são gratuitas.

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