Esta alteração de rumo da Apple vai permitir aos computadores utilizarem as aplicações concebidas para o sistema operativo dos iPhone, dá conta a Associated Press (AP), que acrescenta que alguns programadores não gostaram particularmente da ideia de converter o software para as aplicações móveis.

A empresa não apresentou outros exemplos desta interoperabilidade entre dispositivos, decorrente da utilização dos mesmos chips, mas vários analistas perspetivam que outros surjam com o passar do tempo.

A mais recente linha de computadores Mac, revelada hoje, vai estar disponível cinco meses depois de a Apple anunciar o abandono da parceria de longa data com a fabricante de processadores Intel, com a intenção de produzir internamente os processadores.

A nova gama de portáteis e computadores ‘desktop’ vai ter processadores mais rápidos, designs ainda mais finos e também a capacidade de utilizar o computador durante mais tempo até ser necessário recarregar a bateria.

Por exemplo, os novos Mac perderam a ventoinha utilizada para arrefecer o hardware do computador, facilitando o design fino.

A Apple apenas pretende, por agora, implementar estes novos chips nos modelos de 13 polegadas do MacBook Air e MacBook Pro, assim como no desktop Mac Mini.

Contudo, esta transição poderá criar restrições a programadores que tentam adaptar software para que o tornar compatível com o software da Apple.

Esta nova linha de computadores Mac é apresentada numa altura em que os consumidores, as empresas, estabelecimentos de ensino e ainda agências governamentais estão a passar por uma transição digital, motivada pela pandemia.

Apesar de as notícias de uma vacina da Pfizer aumentarem a esperança de um eventual regresso à ‘normalidade’ que antecedeu a pandemia, o teletrabalho veio para ficar.

A venda de computadores da Apple aumentou 17% nos primeiros nove meses do ano, em comparação com o período homólogo de 2019, mas os iPhone caíram cerca de 9%, uma vez que os consumidores optaram por manter os modelos que tinham por períodos maiores ou optaram por adquirir equipamentos com software da norte-americana Google.

Apesar disso, os iPhone continuam a ser a ‘joia da coroa’ das vendas da Apple, enquanto os computadores continuam a ficar atrás dos concorrentes da Lenovo, HP e Dell, que utilizam software da concorrente, também norte-americana, Microsoft, e cujos processadores são quase na sua totalidade da Intel ou da AMD.