O lançamento do telescópio TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite, Satélite de Rastreio de Exoplanetas em Trânsito) foi feito a bordo do foguetão Falcon 9, da empresa aeroespacial privada SpaceX, da base de Cabo Canaveral, na Florida, nos Estados Unidos.
O lançamento aconteceu dois dias do inicialmente previsto, depois de um adiamento da data inicial de segunda-feira, pelas 18:32 locais (23:32 em Lisboa).
Dois meses após a colocação na órbita terrestre, e depois de testados os instrumentos, o satélite artificial começará a sua missão, que tem uma duração inicial de dois anos.
Ao contrário do telescópio espacial Kepler, também da NASA, que ‘caçou’ mais de 2.600 exoplanetas numa determinada zona do céu, a maioria a orbitar estrelas pouco brilhantes, entre 300 e 3.000 anos-luz da Terra, o TESS vai procurar novos planetas fora do Sistema Solar (exoplanetas) em todo o céu.
No primeiro ano da missão será observado o hemisfério sul e no segundo ano o hemisfério norte, com o telescópio a concentrar-se em planetas que orbitam estrelas próximas da Terra, a menos de 300 anos-luz, e 30 a 100 vezes mais brilhantes do que as estrelas-alvo do Kepler.
Na missão TESS participa o investigador Tiago Campante, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, que esteve envolvido no planeamento científico, nomeadamente na seleção de estrelas-alvo a observar.
Com o telescópio em funcionamento, e do qual são esperados os primeiros dados compilados no fim do ano ou em janeiro, o astrofísico vai estudar em particular a vibração (oscilações no brilho) das estrelas a partir da decomposição da sua luz.
Estas oscilações permitem caracterizar detalhadamente as estrelas, como a sua massa, o diâmetro e a idade, conforme explicou anteriormente à Lusa o cientista, contemplado este ano com uma bolsa europeia Marie Curie no valor de 160 mil euros.
Tiago Campante sublinhou que o telescópio vai fazer “a deteção, o levantamento” de exoplanetas “por todo o céu”.
Planetas que possam, inclusive, estar na chamada ‘zona habitável’ da estrela (planetas nem demasiado perto nem demasiado longe da estrela-mãe e que, por isso, poderão ter à superfície água líquida, elemento essencial para a vida tal como se conhece).
O astrofísico adiantou que a validação dos novos planetas extrassolares detetados será feita em terra com outros telescópios por outros investigadores, incluindo portugueses, do núcleo do Porto do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, especialista neste tipo de planetas.
Comentários